O silêncio dentro do carro era sufocante. As ruas de Zurique passavam rápidas pela janela, mas Camila sequer percebia. Sua mente girava como se estivesse presa em uma centrifuga de emoções conflitantes: raiva, medo, indignação... e, principalmente, aquela dúvida cruel — e agora?
Leonardo dirigia, tenso, os dedos tão rígidos no volante que seus nós dos dedos estavam esbranquiçados. Nenhum dos dois dizia nada, até que ele explodiu:
— Camila... você não vai nem pensar nisso, não é?
Ela fechou os olhos, levando as mãos à cabeça, pressionando as têmporas, tentando organizar pensamentos que simplesmente não se alinhavam.
— Eu não sei, Leonardo. Eu... eu não sei! — sua voz soou quebrada, mais baixa do que gostaria.
— Ele é um manipulador, Camila! — Leonardo socou o volante. — Ele está jogando com você. Usando seu sobrenome, sua origem, seus medos. Você acha mesmo que ele quer proteger você? Ele quer te controlar! Assim como controlou sua mãe, assim como controla todo mundo que chega perto de