O avião particular cruzava os céus da Europa, cortando as nuvens com a mesma precisão de quem corta amarras do passado. Lá dentro, no interior luxuoso da aeronave, o silêncio era mais pesado do que qualquer turbulência.
Camila estava sentada junto à janela, os olhos fixos no vazio, observando o mundo lá embaixo, como se pudesse, de alguma forma, encontrar respostas no horizonte. Mas as respostas estavam dentro dela. E, mais do que isso... dentro dos segredos que estava prestes a desvendar.
Leonardo, do outro lado, a observava sem disfarçar mais. Seus olhos percorriam cada traço dela, como se gravasse aquilo na memória. Não apenas a beleza óbvia — que qualquer homem notaria —, mas a força, a vulnerabilidade escondida sob camadas de coragem, e aquela intensidade que o fazia perder completamente o controle que sempre teve sobre tudo e todos.
— Você acha que ele sabia? — a voz de Camila rompeu o silêncio, rouca, baixa, mas carregada de significado. — Que eu estava viva. Que eu existia.
Le