O silêncio após a revelação do plano parecia tão pesado que podia ser cortado com uma lâmina. Camila caminhava de um lado para o outro no centro da sala, cada passo ecoando no piso de mármore como uma contagem regressiva para algo inevitável.
— Então é isso — disse ela, cruzando os braços. — Eu viro uma peça no jogo deles. Entro de cabeça no mundo que minha mãe tentou me manter longe...
— Não é só isso — Alexandre respondeu, apoiando-se casualmente na borda da mesa. — Você não é uma peça. É a rainha. E se souber jogar... ninguém te derruba.
Leonardo bufou, irritado, passando a mão pelos cabelos. O maxilar tenso, o olhar sombrio.
— Isso é um suicídio. Você não conhece o Legrand, Camila. Ele não é só cruel... é imprevisível. Um erro, um movimento errado, e você não sai viva daquele leilão.
— E qual é a alternativa? — Ela ergueu a voz, encarando os dois. — Fugir mais uma vez? Me esconder? Fingir que não sei de nada enquanto eles seguem destruindo tudo? Eu cansei de correr.
Leonardo camin