8. SE RECUPERANDO
Já passava das vinte horas quando Deise finalmente recebeu alta do hospital. O céu estava escuro, pontilhado por algumas estrelas tímidas que conseguiam brilhar entre as nuvens. O ar estava frio, mas Miguel fez questão de colocar o casaco em seus ombros antes de ajudá-la a entrar no carro. O caminho de volta para casa foi percorrido em silêncio. A cidade parecia distante, como se os sons do mundo tivessem sido abafados pelo peso de tudo o que havia acontecido.
Dentro do carro, Miguel mantinha uma atenção constante em Deise. De vez em quando, lançava-lhe um olhar preocupado, como se temesse que ela desmoronasse a qualquer instante. Quando estacionaram em frente à casa, ele desligou o motor lentamente e se virou para ela, com um olhar doce e cheio de ternura.
— Está se sentindo bem? — perguntou, com a voz baixa, mas cheia de cuidado. — Eu... eu e o Matias vamos ficar aqui por alguns dias. Espero que não se importe.
Deise fitou-o com uma expressão cansada, mas serena. Havia uma pontinha