7. AS PALAVRAS DE MIGUEL

O quarto do hospital estava silencioso, exceto pelo leve zumbido dos aparelhos médicos que monitoravam os sinais vitais de Deise. A luz do amanhecer filtrava-se timidamente pelas cortinas, lançando uma claridade suave sobre a cama branca onde ela repousava. O ambiente exalava aquele cheiro típico de desinfectante e calma forçada, como se tentasse apagar os rastros da tragédia que a havia levado até ali.

Miguel estava sentado em uma poltrona ao lado da cama. Os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos unidas e os olhos fixos em Deise, como se com isso pudesse protegê-la até mesmo de dentro de um pesadelo. Seu rosto mostrava a exaustão da noite sem dormir, mas também um alívio sereno por vê-la viva.

Quando ela gemeu levemente, os olhos dele se iluminaram, e ele se inclinou para mais perto.

— Você acordou… — disse ele com voz baixa e cheia de emoção. Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios enquanto ele segurava com delicadeza a mão dela. — Como está se sentindo?

Deise piscou várias vezes
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