35. ENTRE VERDADES E EMNTIRAS
Os dias que se seguiram à audiência foram longos e inquietantes. Deise se esforçava para manter a sanidade, refugiando-se no silêncio dos cômodos frios da casa, tentando manter-se afastada de Lucas a qualquer custo. Passava horas lendo, dormindo ou apenas encarando o vazio, enquanto o tempo parecia correr em círculos.
Mas Lucas sempre encontrava uma brecha para se aproximar.
Mesmo quando ela trancava portas ou evitava olhá-lo nos olhos, ele surgia como uma sombra, sorrindo com doçura fingida, com palavras envoltas em um verniz de arrependimento que, para ela, soavam mais como armadilhas.
Naquela noite, enquanto Deise terminava de escovar os cabelos e se preparava para deitar, um som suave e inesperado a fez congelar. Três batidas na porta.
Seu corpo inteiro enrijeceu. O coração, antes calmo, disparou como se alertasse para um perigo que ela não podia ignorar. Ela esperou. O silêncio do corredor foi quebrado segundos depois pela voz conhecida.
— Deise... posso falar com você?
A voz de