Após alguns meses em coma, Dr. Bittencout estava desorientado quando despertou naquela manhã de verão. O jovem CEO deseperou-se quando não sentiu as pernas. Nicole terá que ser forte para cuidar dos negócios e impedir que Alexander desista da vida e da família. Meu Homem é o último livro da trilogia Doce Desejo e finaliza a estória de Alexander e Nicole. Ambos superaram momentos turbulentos para ficarem juntos. ʕ•́ᴥ•̀ʔっ Boa Leitura! ♡
Leer másNo meio da escuridão, um homem emaciado caminhava por um imenso corredor. Os pés descalços batiam contra o piso, os olhos expressivos procuravam uma saída daquele lugar frio e vazio. O ruído de risadas infantis ecoava pelo breu, Alexander girou os calcanhares e correu para o outro lado. Precisava encontrar a família.
— Acorda, papai! — A voz infantil ecoou.
— Alex! — berrou. — Onde você está?
— Estamos esperando você, pai — respondeu Rodolpho.
— Je t'aime, papa! — declarou Marcelly.
Alexander virou a cabeça para o outro lado.
— Onde vocês estão?
Um pequeno facho de luz mostrava uma saída, havia alguém em meio a escuridão. A mulher caminhava lentamente com uma criança no colo.
— Nicky, me espere! — Ele correu atrás dela. — Quero ver a Jullie.
Tentou se aproximar, mas um abraço esmagador o puxou para longe. Em poucos segundos, Alexander levantou da cama desnorteado e saiu às pressas do quarto na casa luxuosa onde os pais residiam em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Andou pelo tapete vermelho que se estendia até a beira da escada.
Nicole saiu da suíte de Sophie e seguiu distraída por entre as paredes cobertas por um papel arabesco. A pele viçosa brilhava com a luz suave, ela parecia bem mais nova. Alisou a barriga enorme e abaixou a cabeça enquanto mexia no iPod.
— Nicky, cuidado com a escada! — Gritou a voz rouca.
Os olhos claros não acreditaram no que viram, Sophie saiu do quarto em passos lentos.
— Sophie, deixe-a em paz!
O corredor ficou escuro logo depois que Alexander tropeçou e caiu. Tentou se levantar e correu o mais rápido que podia. A matriarca desapareceu.
— Não, não, não! — gritou assim que viu o corpo de Nicole jogado ao chão perto da escada. — Nicky!
Alexander sentiu duas mãos tocarem em suas costas, o corpo rolou pela madeira lisa até parar no último degrau, Nicole não estava lá.
A mente estava confusa, olhou à volta conforme as luzes acendiam uma por uma. Abriu a porta do quarto frio onde uma mulher dormia serenamente. Havia a sombra de um homem com uma expressão tenebrosa perto da janela.
— Vá embora, Marcello! — disse com um tom frio.
Alexander parou do outro lado da cama, o rosto dela estava ferido e a cabeça enfaixada. Os dedos esguios se aproximaram da pele lisa, as luzes apagaram.
As mãos compridas estavam apoiadas ao volante, Alexander dirigia por uma avenida calma. Nessa noite a chuva batia com força contra o vidro do carro, ele acionou o botão do limpador do para-brisa quando o farol iluminou a moça que foi jogada em frente ao automóvel. Puxou o freio de mão assim que avistou os olhos amendoados. Alexander saiu às pressas do carro, Joanna estava abaixada próximo à sobrinha e gritava por socorro.
— Saía de perto dela! — ordenou a voz barítona.
Uma luz branca forçou Alexander a esconder os olhos, o automóvel desgovernado jogou o corpo do homem comprido para longe.
Em certo momento, ele ergueu a cabeça e olhou à volta, estava em casa. O sotaque de Josephiné guiou Alexander até a porta da cozinha. A expressão pétrea encarou a bela mulher de rosto oblongo que apontava uma arma de fogo para Nicole. Dessa vez, ele não permitiria que a machucasse, de novo.
— Não faça isso, Josephiné!
Ele foi até a mulher que não parava de gargalhar, o barulho do tiro fez Alexander recuar. O corpo de Nicole caiu do outro lado do balcão de madeira branca.
— Nickyyyy!
As luzes piscavam enquanto ele corria para o outro lado. A visão oscilava, não conseguia encontrá-la.
A mente não distinguia ilusão e realidade. Diversas mãos o seguravam e tentavam contê-lo.
— Me soltem! — bradou em meio ao desespero
Alexander jogou um dos médicos para longe quando sentou na cama e afastou a enfermeira com o outro braço. Tirou a máscara de oxigênio, os lábios expulsaram um jato gosmento na blusa azul da senhora de meia-idade que tentava acalmá-lo.
— Tenho que salvar a minha esposa.
Alexander arrancou o acesso venoso do braço e puxou o oxímetro do dedo indicador.
— Aplique 1,0 mg de Alprazolam — pediu o neuro à técnica de enfermagem.
Alexander puxou os lençóis e tentou se mover, porém, as pernas não se mexeram. Lutou em vão contra os braços do enfermeiro que o prendeu contra a cama. Gradualmente, o corpo relaxava após a medicação.
— Avise aos familiares que o doutor Bittencourt acordou — solicitou o médico.
O homem calvo e atarracado ajeitou o jaleco branco e olhou com curiosidade o paciente que adormecia. Estava certo que Alexander viveria em estado vegetativo ou talvez não recordasse de nada do que aconteceu nos últimos anos; entretanto, aquele homem era um caso raro de medicina.
França, Setembro de 2010. Ela não presta! O alarme do meu celular tocou pela terceira vez, estiquei o meu braço até a cabeceira ao lado da minha cama e desativei. Naquela manhã de verão, embora não estivesse tão quente como no Brasil, às 7 horas, a temperatura girava em torno de 20 graus. Peguei os óculos e olhei a tela do meu blackberry. Tinha quatro meses que iniciei a residência no Hospital Saint-Mary em Lyon e, até aquele momento, Nicky não respondia às minhas mensagens ou retornava as minhas ligações. Joguei o celular na cama e puxei o cobertor. Meu pau estava duro e latejava, isso acontecia sempre que eu sonhava com ela. Era impossível esquecer de como ela estava apertada e quente na primeira vez em que fizemos amor. Levantei da cama e fui direto para o banheiro, não tive outra alternativa, me aliviei embaixo da água morna que caía sobre as minhas costas. Não conseguia parar de pensar n
Depois que eles se amaram avidamente durante a tarde. Nicole tomou um banho e colocou um vestido de seda vermelho e calçou o salto alto preto. Ajeitou os cabelos que estavam um pouco abaixo dos ombros e notou o olhar do marido que ajeitou o segundo botão do terno slim fit, de uma grife italiana. — Podemos jantar no quarto — sugeriu ele. — Depois voltamos para cama. Que tal? — Não, Alexander. — Ela esfregou os lábios um contra o outro, depois que usou o batom vermelho. — Fizemos amor durante toda a tarde. — Ainda temos a noite! — Você prometeu que me levaria para fotografar a torre Eiffel — Virou o rosto logo que ele tentou beijá-la. Alexander vislumbrou a imagem no espelho, ele ajeitou o topete com as mãos e colocou os óculos. — Está pronta! — Sim! Ele ajudou a esposa a vestir o sobretudo. Pegou as chaves do carro na cômoda ao lado da cama e seguiu Nicole até a porta. Em poucos minutos, o casal se aproximou da Torre Eiffel. Dentro da enorme estrutura de metal, Alexander conduz
Assim que chegaram a Paris, eles se acomodaram em um hotel no centro da cidade cosmopolita. Alexander assinou os papéis do aluguel do carro e pegou as chaves. — Merci beaucoup! — Agradeceu ao funcionário. Nicole achava graça do biquinho que o esposo fazia quando falava francês. — Você fica tão fofo quando fala “merci beaucoup”. — Mais tarde eu vou te ensinar algumas palavras quando estiver dentro de você. — Serei uma boa aluna! — Vamos! — Para onde? — Ajeitou o sobretudo preto sobre o vestido. — Vou te levar à livraria Shakespeare & Company.
Um ar leve e fresco batia contra o rosto com o queixo marcado. Alexander estava próximo do juiz de paz, um amigo de longa data que realizou o último enlace matrimonial com Nicole. — Está nervoso? — Thomas sorriu de boca fechada. — Um pouco, Nicky está demorando. Alexander uniu as mãos na frente da cintura estreita, tinha quinze minutos que ele aguardava por Nicole. — Fiquei muito feliz por saber que a família cresceu. Thomas lançou o olhar sobre alguns papéis na mesa rústica de madeira maciça retangular. — Temos quatro filhos! — Vocês superaram muitas coisas juntos, meu amigo! Alexa
No entardecer primaveril, o casório tinha um belo cenário natural. O céu com um tom alaranjado que iluminava a copa das árvores e as belas flores. A decoração do casamento ao ar livre tinha alguns móveis de madeira e gaiolas decorativas. Nicole optou por uma ornamentação mais simples e rústica para a celebração e a festa intimista. Arranjos de girassóis enfeitavam as cadeiras dos convidados que gradualmente se acomodavam para assistir à cerimônia. Cada detalhe simples e delicado deixava o ambiente mais charmoso. Louise caminhou graciosamente em seu luxuoso vestido de seda azul-royal e desfilou ao lado do homem comprido e com uma pele da cor do caramelo. Tinha um certo orgulho do rapaz que aparentava ser mais jovem. — Olá, Ricardo! — Cumprimentou o ex-mari
Após o jantar, Nicole foi para o quarto e tomou um banho, vestiu a primeira camisola que pegou no guarda-roupa e se esticou na cama. Tirou o telefone do gancho e notou uma taça de vinho ao lado da cama. Olhou para a luz do banheiro que ainda estava acesa e ligou para Lana. Ambas conversaram sobre a decoração do casamento e trocaram amenidades. Comentaram sobre a repentina viagem de Claire para a Itália. — O meu pai acompanhou ela — disse Nicole. — Parece que o pai da Claire teve um AVC. Nicole olhou para o marido que saiu do banheiro vestindo apenas uma cueca boxer preta de algodão. Ele encostou a bengala ao lado da cama e afundou nos lençóis. Deslizou os lábios pelo pescoço de Nicole. — Acredito que eles voltarão antes do meu casamento — conteve o gemido quando ele puxou a orelha entre os dentes.
Último capítulo