O amor pode surgir de uma união forçada? Para Amerie essa resposta sempre foi sim, desde a infância. Até que… de repente, essa verdade mudou. E uma paixão avassaladora e errada, surgiu de um lugar que ela mal poderia esperar. Mas nem tudo são flores, e logo a jovem descobrirá que por trás de certas verdades existem segredos sobrenaturais e inumanos. Enquanto ela tenta lutar contra seu coração, e seu desejo.
Ler mais- isso, está perfeita agora. - mamãe disse toda animada, após a serviçal terminar de colocar o terceiro vestido em mim. Era lindo, rosa, longo e apenas um pouco justo na cintura.
- tem certeza que está bom? Me encarei no espelho, meus olhos verdes me encararam de volta. - sim, Elder irá gostar muito. Sorri de relance, eu estava muito nervosa. Mas tentava não transparecer. - se tudo ocorrer bem, o casamento acontecerá logo querida filha. Você sabe como essa união será benéfica para nós. - assenti olhando para ela pelo reflexo do espelho. - sim mamãe, eu estou pronta para cumprir meu dever. - ela se aproximou tocando meu ombro. - boa menina querida filha, agora... Vamos descer. Minha mãe partiu na frente, seguida por mim. Eu estava nervosa, era óbvio. Mas não assustada, Pelo total contrário. Eu era a princesa de alestia, um reino lindo e primaveril. E desde a infância conhecia o príncipe Elder aladian, de delmar. Praticamente crescemos juntos, com o propósito de um dia nos casarmos. E eu aprendi a amá-lo conforme crescia, e agora mal podia esperar para me casar com ele. Para ser sua mulher, sua rainha. E isso era uma sorte para nós, pois se casar com alguém amado na realeza era uma benção. Chegamos até o grande salão principal, Elder estava com meu pai. Lindo como sempre, trajado em uma roupa azul. Cabelos loiros claros, olhos castanhos. Me aproximei lentamente, logo seus olhos me encontraram. - querida Amerie. - ele fez uma breve reverência. - príncipe Elder, é um prazer como sempre. - lhe lancei um leve sorriso, meus pais se entroalharam. Ele se aproximou, e se empertigou. - gostaria de fazer isso de uma forma mais convencional, mas tenho que voltar rapidamente para delmar, para resolver umas coisas. E já falei com seu pai, querida Amerie... Aceita se casar comigo? - meu coração acelerou, eu esperava aquilo há anos. Mas tentei me conter, afinal eu era a princesa. - sim, sim eu aceito meu príncipe. - um largo sorriso surgiu em seus lábios, ele pegou minha mão e deu um leve beijo. - voltarei para delmar, para tratar de outros assuntos. Mas no próximo mês estarei de volta, para nosso casamento. Até lá, lhe mandarei cartas. - sorri contente. - claro, estarei ansiosa por sua volta. **** Elder mandava-me cartas constantemente, falando de nosso casamento. E como logo seríamos um casal, eu sempre respondia com tamanha intensidade e ansiedade. Até que, em uma semana qualquer ele parou de me mandar as cartas, o que me deixou confusa. Mas como se nada tivesse acontecido, ele voltou a manda-las, apenas me fazendo ignorar o ocorrido. Logo, a semana de nosso casamento chegou. O castelo foi preparado, os convidados, nosso reino. E meu vestido. Eu estava pronta, olhando-me pelo espelho. O vestido abraçava meu corpo, haviam alguns detalhes de flores bordadas, que o deixava ainda mais lindo. Meus cabelos castanhos claros longos e ondulados, estavam soltos, o que dava um contraste ainda melhor para o vestido. Suspirei me encarando, eu estava feliz. Era o dia do meu casamento, o dia no qual tanto sonhei. - pronta minha filha? - minha mãe adentrou no quarto, olhei rapidamente para ela. - sim, acho... Que sim. - ótimo querida, seu noivo a espera. - andei até minha mãe, prontamente chegamos até a capela da igreja. Meu pai, estava a minha espera. Sorri de relance, ao olhar para frente e avistar Elder. Ele estava tão lindo, trajando preto. Mas algo me chamou atenção, seu rosto estava sério. Sério como jamais o vira na vida, franzi o cenho. Mas apenas andei com meu pai até o altar. Avistei meus sogros na fileira da frente, sorri de relance para eles. Me surpreendi ao ver o pai de Elder ali, ele já era um homem velho e doente. Enfim, chegamos até o altar. Meu pai me entregou para Elder, que logo segurou minha mão. Mas mal olhou para mim, cerrei os olhos. A cerimônia aconteceu rápida, sem muitas delongas. Elder parecia ansioso, apressado. Quando enfim aceitamos um ao outro, ele apenas me trouxe para perto. Dando-me um beijo rápido e se afastando em seguida. Aquilo me deixou confusa, mas resolvi não pensar tanto em sua atual indiferença. A celebração estava bonita, mas todas as vezes que eu tentava conversar com meu marido. Eu era ignorada, ou apenas deixada falando sozinha. Apertei as mãos, estava sozinha no canto pensando. Quando senti suas mãos em minha cintura. - vamos deitar. - ele sussurrou em minha orelha, podia sentir o cheiro forte de vinho. Mal pude retrucar, enquanto ele me levava para cima. Chegamos até o quarto, ele me jogou para dentro. Fechando a porta atrás de si, o encarei nervosa. - espere, Elder... Está tudo bem? - ele se aproximou rapidamente, segurando-me pela cintura e me beijando. Mas ele estava bêbado, muito bêbado. - Elder! - você é tão linda. - senti suas mãos tocando meu corpo, engoli em seco. Eu sabia que ele era meu marido, mas... Não queria que nossa noite de núpcias fosse assim. - Elder não, espere! - esperar? Sou seu marido! - ele começou a tentar tirar meu vestido, mesmo comigo tentando me desvencilhar. - por favor... Elder! - acabei empurrando ele sem querer, o homem cambaleou. - me... Me perdoe eu... - cale-se. - ele começou a tirar seu terno, eu engoli em seco. - você sabe o que casais fazem? Pois bem... Tem a obrigação de me dar isso! Agora chega. - eu me encolhi no canto do quarto, aquele não parecia em nada com Elder que eu conhecia desde a infância. - não, eu... Eu não quero assim! - ele sorriu sem felicidade. - você não tem que querer. - ele voltou a me agarrar, eu acabei soltando um gritinho nervosa. - Elder por favor! - já estava quase chorando, quando então, alguém entrou no quarto. Fazendo Elder se afastar de mim, e se chocar contra a parede. Eu me sobressaltei, nervosa com tudo aquilo. E pude olhar para aquele alguém. Era um homem alto, cabelos negros, ombros largos e pele bronzeado. - mas que... - é melhor ficar aí, irmão! - meu coração quase saiu pela boca, aquele homem chamou Elder de irmão? E lentamente se voltou para mim. - tudo bem, princesa? - sua voz grave me atingiu de uma forma diferente.Elder apontou a tocha em nossa direção. - então ela está mesmo grávida. - eu engoli em seco. - eu podia arrancar essa coisa de dentro de você, e queimar na sua frente... O que acha? - Eriel cerrou o maxilar. - você sabe que ele vai nascer igual a ele não é? Um monstrinho... Que vai te rasgar de dentro para fora. - Gadriela cuspiu as palavras. - e se você tiver sorte de sobreviver... Ficará com as marcas para sempre. Pus minha mão sobre minha barriga. - se ela sobreviver? Mãe... Isso não vai acontecer. Porque ela vai morrer aqui, sua maldita meretriz traidora. Sorri sem felicidade. - você saia todas as noites para me trair, trocando de prostitutas como quem troca de roupas. E eu... Sou a meretriz? Você não passa de um monte de bosta de cavalo. - sua... - Eriel se colocou na frente. - mais um passo, e eu arranco sua cabeça fora. - Elder deu para trás e bufou. - quer saber? Dane-se. Matem esses três, a criada também merece sofrer. Eu estou farto, e só quero voltar para casa.
Enquanto continuávamos nossa viagem pelas florestas, acabamos descobrindo que Gadriela havia mandando guardas virem atrás de nós. Aparentemente, ela estava determinada a conseguir algum tipo de vingança. O que só aumentou nossa determinação em continuarmos seguindo sem parar nenhum minuto. - eles podem estar por perto. - Caster sussurrou durante a noite, Eriel assentiu jogando um pedaço de madeira na fogueira. - por isso que não podemos continuar parando assim. - mas ela precisa parar, está grávida. - vi quando Eriel encarou Caster de relance, e se empertigou. - sempre quando olho para você, tenho a impressão de já te conhecer. Por quê? - talvez porque você me via no castelo. Eriel negou ainda o fitando. - tem algo a mais. - bem... Talvez esteja paranóico. - mas Eriel não respondeu nada, continuou em silêncio mexendo no fogo. Antes mesmo do dia nascer, já estavámos prontos, montados em nossos cavalos. Eu continuava quieta, afinal aquele momento com Eriel na cachoeira, ainda r
Tivemos mais dias de cavalgadas intermináveis pelos arredores de delmar, adentrando cada vez mais nas florestas escuras e montanhas distantes. - eu já disse que posso levar o cavalo.- é, mas eu posso fazer isso melhor. - você é insuportável, isso sim. - e você está adorando. - Caster e Lizibeth não paravam por um segundo com suas provocações, eu achava fofo e engraçado. - nem Lizibeth suporta ele e você ainda quer que ele fique. - bufei revirando os olhos. - você não sabe de nada então, é óbvio que ela gosta dele. - o que? Claro que não.- não foi você que os viu se beijando. - espera, o que? - sim, eles se beijaram. Não sei se só uma vez, mas se beijaram. - ele estava extremamente surpreso. - bem... Isso faz um pouco de sentido, eu acho. Então é por isso que você quer que ele fique, por causa da Lizi? - sim, em partes. - ouvi quando ele suspirou atrás de mim. - suponho que isso deixa você aliviado pelo visto. - nem imagina como. - sussurrou próximo de minha orelha. Naqu
Acordei pela madrugada, meu estômago estava se revirando mais do que o normal. Olhei para o lado, Lizibeth dormia profundamente. Logo pus os pés para fora da cama, e levantei. Dei uma olhada no canto do quarto, Eriel estava deitado lá. Mesmo contra minha vontade, ele não parecia nada confortável. Rapidamente corri até o banheiro, me abaixei ao lado da privada, e comecei a botar tudo para fora. Continuei vomitando sem forças, enquanto tentava segurar meus cabelos quando senti sua mãos em minhas costas. - tudo bem. - ele se agachou ao meu lado, segurando meus cabelos e acariciando minhas costas de forma gentil. Após alguns longos instantes vomitando toda a comida, enfim acabou. Ele me ajudou a sentar.- fique aqui. - não demorou muito e logo ele voltou, estava com um copo de água que prontamente me entregou. - beba tudo. - não ousei discutir, ele se aproximou um pouco mais. Tentando prender meus cabelos em uma espécie de coque, e após muito tentar conseguiu. Lhe entreguei o copo, e t
- como você pôde fugir com ela assim Lizibeth? - ele esbravejou com aquela carranca de bravo.- você queria que eu tivesse deixado ela vir sozinha? - não! Mas deveria tê-la obrigado a ficar. - ah... E você acha que eu não tentei isso? Ela estava decidida! - você só pode estar brincando comigo... - já chega! - me aproximei furiosa. - eu estou bem aqui, eu não queria que ela viesse comigo. Mas ela veio, e eu não ficaria naquele castelo, não depois do que eu escutei. - o que exatamente você escutou? - bufei tentando encontrar as palavras certas. - sua mãe... Ela já estava desconfiando da gravidez, e eu ouvi bem quando ela disse que se fosse verdade eu deveria ser morta. - seu rosto se contraiu de uma forma feroz. - eu poderia voltar lá e matar aquele incompetente do Elder. - de qualquer forma não importa mais, eu já estou aqui. - não importa mais? Amerie você foi embora daquele jeito! Poderia ter me esperado. - eu sorri sem felicidade, Lizibeth se colocou de pé pronta para ir e
Eu fiquei sem reação naquele banheiro, rapidamente peguei um roupão e o coloquei sem demora. - Lizi? - a procurei no quarto, mas ela não estava lá. - Lizibeth? - o uivo ficou mais alto, as pessoas que estavam nos corredores ou no andar de baixo da taberna começaram a correr e a gritar. - A BESTA! SE ESCONDAM! - sai do quarto a procura de Lizibeth, mas ela não estava em lugar algum. Até que tive a ideia de ir até o quarto de Caster, quando lá entrei arregalei os olhos. Os dois estavam se beijando, e de forma nada sútil. Rapidamente ela se afastou dele, e engoliu em seco. - Amerie, eu... - vocês não estão ouvindo isso? - isso o que? - ela saiu de dentro do quarto desconfiada, e então se empertigou me encarando nervosa. - é ele. - sim. - Caster se aproximou. - ele quem? Do que vocês... - rapidamente ele também começou a escutar. - é a besta. - puxei Lizibeth para longe dele. - o que eu faço Lizi? - você não pode ir lá. - mas ele pode entrar. - ele não vai. - Lizibeth... -
Último capítulo