Stella era incontestavelmente uma bruxa, vagava pela floresta com seu espírito livre com uma bela capa vermelha querendo fazer um feitiço de proteção quando seus olhos avistaram Luke, o Alpha da matilha sul, ela sabia que criaturas diferentes existiam e habitavam em meio aos humanos: ela podia sentir suas energias misturadas em meio a floresta. Agora quando seus olhos se cruzaram em meio aquele noite nebulosa ele sabia que ela seria sua luna, ele pôde sentir a conexão mais profunda, mas sua mente vagueava, por que ela tinha que ser uma bruxa ? Conseguirão deixar as diferenças de lado e se entregarem por fim aos sentimentos ?
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Os sonhos ficavam cada dia mais frequentes, pareciam sonhos lúcidos, aqueles em que eu me lembrava da maior parte dos acontecimentos, eu não entendi o que estava acontecendo, mas sabia que teria um significado e provável que profundo. Sempre as mesmas sensações: os cabelos de um homem musculoso e grande roçando meu rosto e seios, suas mãos fortes e tão seguras de si explorando tantas partes do meu corpo... Mas quando chegava perto de finalmente eu olhar seu rosto acordava. E de certa forma frustrada passava meu dia. O despertador tocara pelo o que considerava ser a 4° vez seguida. Merda merda merda, atrasada de novo. Decido que me arrumar era a prioridade principal, decido por uma calça jeans, blusa cinza e jogo por cima um blazer. No rosto apenas um hidratante facial e labial, não tinha tempo o suficiente para fazer uma produção glamourosa, eu era jornalista afinal, meu trabalho exigia que eu ficasse horas demais revisando palavras, eu estava descente o suficiente. O café da manhã poderia esperar um pouco. Decidindo pegar um táxi para ir mais rápido peço para que o motorista pare próximo de um café local, não estava com fome mas um café expresso seria o ideal para acordar minha mente que por vezes retornava aos meus sonhos eróticos. Não tinha tempo para isso, precisava chegar o mais rápido possível no meu trabalho, aquele que eu não gostava tanto mas precisava para pagar as contas, afinal era uma adulta responsável. Paguei o café e segui. Roberto, o senhor de meia idade com tufos de cabelos grisalhos aqui ou ali, olhos negros e pele amarelada, parece que gosta de atormentar quanto ao horário de entrada, mas o de saída, bem, não se importava se saímos tarde ou que dormiremos no escritório, o importante era que os prazos estivessem sendo cumpridos. - Ora ora se não está 10 minutos atrasada! - Disse ele - Sinto muito senhor, acabei tendo um imprevisto - Disse eu corando - Certo, mas dá próxima que atrasar será descontado do seu salário - Disse ele saindo em direção a sua sala As pessoas desse trabalho, tão centradas em perfeição raramente fazem amizade, eu era bem solitária, não só aqui, mas na cidade em si também, sempre me pareceu que eu era meio deslocada. E desde que minha mãe e pai morreram em um acidente as coisas ficaram cada vez mais difíceis, me fechei em mim mesma, fiz um muro impenetrável ao redor de minha mente: eu havia perdido as pessoas que eu mais amava e admirava no mundo, sei que agora estão juntos, nenhum superaria o fato de perder um ao outro, eram apaixonados e intensos demais. Foram o casal que tiveram dificuldade em engravidar, coincidentemente nenhum dos dois poderiam ter filhos e foram desenganados pelos médicos até me adotarem, eles diziam que eu era seu pequeno raio de sol, sua dose de felicidade e combustível diário. Todos os dias meu primeiro pensamento era que não os teria mais por perto. O dia se seguiu com muitas entrevistas para revisar, telefonemas para dar, fotos de supostos famosos que estavam em um possível relacionamento... Tão superficial, era como minha vida se seguia. Com o entardecer e início da noite, sentia que estava exposta, precisava rapidamente fazer meu feitiço de proteção. Busquei religiões que pudessem suprir a falta dos meus pais na minha vida, por acaso descobri a magia, e eu a fazia muito bem, será que minha mãe biológica era uma grande feiticeira? meu pai um grande mago? bem não custa nada imaginar. Chegando no pequeno apartamento busquei me forçar a comer alguma coisa, um sanduíche de queijo era o suficiente. Tudo parecia cinzento, mas quando parei na varanda de casa, bem, a lua me chamava. Tomei um banho, vesti um longo vestido com saia preta esvoaçante e parte do busto com um espartilho branco que deixava meu seios levemente empinados, eu me sentia linda. Sequei meus longos cabelos pretos e no rosto como minha pele do rosto estava sedosa e limpa apenas um hidratante seria o suficiente... bem, um batom vermelho também caiu bem, parecia que algo especial iria acontecer, não me esquecendo de pegar uma longa capa vermelha decidi sair, evitando os becos escuros, sendo discreta o suficiente para não chamar atenção. Indo em direção a floresta iluminada apenas pela luz da lua e das estrelas parecia que eu estava no momento certo e na hora certa. Pedi permissão aos seres que nelas habitavam, eu não estava ali para fazer mal algum, também a contemplava pela sua essência. Respirando fundo, adentrei na floresta. Eu estava pronta.O cristal pulsava entre meus dedos, como se tivesse vida própria. O Coração Primordial era mais do que um artefato: ele reagia a mim, às minhas emoções, aos meus pensamentos mais profundos. Carregá-lo me fazia sentir poderosa… e assustada ao mesmo tempo.Eu não sabia exatamente o que estava prestes a fazer — mas pela primeira vez, sentia que estava caminhando para o meu próprio destino, não para o de Malakai.— O Círculo precisa ser refeito — disse a Guardiã das Raízes, sua voz soando como raízes antigas se entrelaçando sob a terra. — Mas não com as mesmas que tombaram. Este será o Círculo da Nova Era.Respirei fundo. Nova Era. Nova Stella. Nova história.Nyx, sempre atenta, deu um passo à frente. Seus olhos brilharam com intensidade.— A primeira peça está viva. Uma das crianças híbridas. Ele ainda não a transformou. Ainda há tempo… mas não muito.Senti uma fisgada no peito. Era mais do que empatia. Era conexão. Eu podia senti-la. Uma centelha fraca, escondida, suplicando por socorro
Observador distante:O silêncio que se seguiu era quase sagrado. Stella podia sentir cada batida do próprio coração ecoando na escuridão da floresta, como se a natureza estivesse à espera da sua decisão.Luke, o Alpha, se aproximou com passos calmos, mas firmes. Seus olhos dourados refletiam a lua, e sua expressão misturava orgulho e preocupação.— Não precisa carregar esse fardo sozinha — disse ele, sua voz rouca. — Não importa o que fizeram com você. Eu vejo quem você é.Stella apertou os punhos. As palavras da mãe ainda martelavam em sua mente: "Você sempre teve uma escolha." Mas como escolher entre o sangue que corria em suas veias e o futuro que desejava construir?— Ele quer me usar — murmurou. — Mas eu não sou uma criação dele. Não mais.Nyx, a loba de olhos prateados, surgiu das sombras, seu olhar afiado como uma lâmina.— Malakai já sabe que você se lembrou. Ele está se preparando. O Templo da Lua Vermelha foi ativado. E ele pretende fazer o ritual de replicação antes da pró
O ar estava mais denso agora, como se as palavras que acabamos de trocar tivessem alterado a própria essência do nosso mundo. A verdade estava diante de mim, crua e dolorosa: Malakai, o homem que eu odiava, o criador dos horrores que buscávamos destruir, não era apenas o arquétipo do vilão. Ele era meu pai.Eu me afastei de minha mãe, o vazio no meu peito aumentando a cada passo. A revelação era esmagadora demais para processar de imediato. Minha mente não conseguia se ajustar, os sentimentos de revolta misturados com uma sensação desconcertante de pertencimento. Como isso era possível? Como ele poderia ser meu pai?Ela me seguiu, as mãos estendidas, mas eu me afastei, ignorando a dor em seus olhos.— Stella, por favor, você precisa entender — disse minha mãe, com a voz quebrada, como se quisesse explicar o inexplicável.— Entender o quê? Que meu pai, o homem que está por trás de tudo, foi o responsável por minha existência? — Eu não conseguia controlar a raiva. — Eu não posso aceitar
O silêncio entre nós era espesso, pesado como uma tempestade prestes a desabar. Eu a observava—frágil, magra, com marcas no rosto e nos braços, cicatrizes que falavam de anos de sofrimento. Era difícil assimilar que essa mulher diante de mim era minha mãe.Minha mãe biológica.A que me gerou.A que eu nunca conheci.— Como… — Minha voz falhou, e eu precisei respirar fundo antes de tentar de novo. — Como você sobreviveu?Ela me olhou com olhos cansados, mas ainda havia força neles.— Eu não sei. Durante anos, eu achei que não fosse.Seus dedos tremiam quando ela tocou o próprio braço, como se sentisse as marcas dos anos que passou em cativeiro.— Malakai… ele queria me usar. Queria que eu fosse a chave para estabilizar os híbridos. — Ela olhou para mim, seus olhos marejados. — Mas eu nunca fui a chave. Você foi.Meu estômago revirou.— Ele te manteve viva porque… ele sabia que um dia me encontraria?Ela assentiu lentamente.— Ele achava que, se um dia você despertasse completamente, se
A respiração de Nyx ainda era irregular, mas ela se esforçou para se erguer completamente. Seus músculos tremiam, mas não de fraqueza—era como se estivesse se ajustando à nova realidade, aos séculos que se passaram enquanto esteve adormecida.— Precisamos sair daqui — disse o Alpha, observando atentamente os arredores. — Se esse lugar ainda guarda segredos, não podemos ficar para descobrir quais são da pior maneira.Nyx olhou ao redor, seus olhos dourados percorrendo as ruínas do santuário.— Eu… lembro desse lugar — murmurou.Eu me aproximei, sentindo uma estranha conexão com ela.— O que mais você lembra?Ela fechou os olhos por um instante.— Eles me estudavam. Testavam meus limites. Eu era diferente dos outros… Eles diziam que eu tinha algo único. Algo que poderia ser a chave para estabilizar os híbridos.Meu peito apertou.— Mas você disse que os outros morreram…Nyx assentiu, sua expressão ficando sombria.— Sim. Eles não duravam mais do que algumas horas. Alguns nem sequer resp
O sorriso da criatura foi sutil, quase imperceptível, mas carregado de algo indecifrável. Seus olhos brilhavam com um tom dourado, refletindo a luz fraca que penetrava no santuário. Meu corpo ficou rígido, meu instinto oscilando entre medo e fascínio.O Alpha, sempre pronto para o combate, não abaixou sua lâmina.— Quem é você? — Sua voz saiu firme, sem hesitação.A criatura piscou lentamente, como se estivesse despertando de um sono profundo. O líquido dentro da cápsula começou a borbulhar, e antes que eu pudesse reagir, a estrutura de vidro se rompeu em um estrondo ensurdecedor.Eu levantei o braço para me proteger dos estilhaços, sentindo o impacto da explosão de energia que se espalhou pelo santuário. O Alpha recuou, mas seus olhos permaneceram fixos na figura emergindo dos destroços.Ela caiu de joelhos, respirando pesadamente. Seu corpo estava molhado pelo líquido viscoso da cápsula, e sua pele, ainda pálida, parecia se aquecer aos poucos. Quando ergueu o olhar para mim, senti a
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