Ecos da Tarde
A manhã começou com o canto insistente dos pássaros, invadindo cada canto do sítio como se anunciassem que o dia seria especial.
A luz filtrada pelas janelas criava desenhos no chão de madeira, e o ar carregava o perfume da terra úmida e das flores que crescíamos aos poucos.
O sítio já não parecia apenas um lugar, era extensão de nós, testemunha silenciosa de uma reconstrução que se fazia devagar, mas com firmeza.
Brenda correu para a cozinha, como se tivesse pressa de me contar cada detalhe do sonho da noite anterior.
Clara a acompanhava com passos lentos, observando-me com aquele sorriso que mesclava ternura e desejo, como se cada gesto contivesse mais do que simples cuidado.
— Papai, você quer ver meu desenho? Brenda perguntou, segurando uma folha ainda úmida do lápis de cor.
Sentei-me na cadeira da mesa de café, apoiando as mãos nos joelhos, e peguei a folha com cuidado.
Era uma cena do jardim do sítio, com pequenas figuras humanas entre flores e árvores.
Cada