Entre Sombras e Luz
O vento da manhã carregava o cheiro fresco das folhas molhadas pelo orvalho.
O sítio parecia respirar conosco, e cada canto da casa trazia a lembrança do que havíamos reconstruído.
Brenda corria pelo corredor com suas pequenas botas de borracha, espalhando risadas que preenchiam os espaços antes silenciosos.
Clara observava de perto, os olhos brilhando com aquela mistura de afeto, ternura e desejo silencioso que sempre nos conectava.
— Papai! Gritou Brenda, segurando um ramo de flores que colhera no quintal.
— Você vai me ajudar a plantar essas aqui?
— Claro, minha pequena jardineira. Sorri, ajoelhando-me ao lado dela.
— Mas vamos plantar com cuidado, para que cresçam fortes.
Clara aproximou-se, e o toque dela ao passar a mão pelo meu ombro fez meu corpo reagir automaticamente.
Um arrepio percorreu a espinha, e percebi como cada gesto seu era carregado de uma energia que ia além do carinho:
Era desejo contido, uma proximidade física que crescia naturalmente