O avião pousou às 14h32 no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. O impacto suave das rodas na pista não abalou ninguém, mas dentro de Júlia, parecia que o mundo tinha se chocado inteiro contra o chão. Ela não falou nada durante o desembarque. Nem enquanto caminhava pelos corredores iluminados demais do aeroporto, nem enquanto esperavam as malas na esteira, nem quando finalmente saíram pelas portas de vidro para o lado de fora, onde o ar úmido do sul parecia pesar no peito.
Amanda caminhava ao lado dela, um pouco atrás, como se tivesse medo de invadir um espaço que estava sensível demais para ser tocado.
— O carro do jornal está ali — Amanda disse baixinho, apontando para o sedã preto com o logotipo NP na porta.
Júlia assentiu. Apenas isso. Assentir era tudo o que ela parecia ter forças para fazer.
O motorista sorriu, educado, abriu o porta-malas, pegou as malas e colocou dentro. As duas entraram no banco de trás. Amanda sempre preferia a janela, mas dessa vez, deixou Júlia pegar o