O silêncio que se instalou entre Júlia e Marcos não era apenas silêncio — era uma sala inteira respirando junto, esperando a próxima palavra, como se qualquer movimento pudesse desmoronar o que restava entre eles.
Júlia sentiu o ar pesado, quase visível. As paredes da sala pareciam menores, mais próximas, como se a casa estivesse escutando.
Marcos continuava ali, sentado à frente dela, as mãos unidas, os dedos entrelaçados tão forte que os nós estavam brancos. Seus olhos não fugiam dos dela. Mas não eram olhos que pediam. Eram olhos que aguardavam.
— Eu preciso… — ela começou, mas a voz falhou, como se a frase tivesse peso demais para existir inteira.
Respirou de novo — tentando não chorar, tentando não dissolver tudo ali mesmo.
— Eu não posso te responder agora.
Marcos fechou os olhos, por apenas um segundo. Mas aquele segundo foi o suficiente para que Júlia percebesse: ele já esperava essa resposta. Talvez desde o momento em que ela disse sim ao hotel. Talvez desde o momento em que