A sexta-feira amanheceu com o céu de um azul límpido, daqueles que parecem anunciar que algo vai acontecer. Não bom ou ruim — apenas inevitável.
Júlia acordou antes do despertador.
Tomou banho devagar, como quem tenta lavar pensamentos.
Mas eles voltavam, insistentes, como mar batendo pedra.
Marcos ainda dormia.
O rosto tranquilo.
O corpo aquecido pelo cobertor.
Ela observou por um instante — talvez longo demais — e sentiu o coração apertar.
Não era culpa.
Era luto pelo que ela não sabia se estava perdendo ou se já havia perdido.
Pegou a mala, respirou fundo e saiu.
Amanda estava esperando na cafeteria do saguão, do aeroporto Salgado Filho, segurando dois cafés e a típica animação matinal que ela sempre tinha, mesmo às 8h30 de uma sexta-feira.
— Bom dia, jornalista das estrelas! — disse Amanda, entregando o copo.
Júlia sorriu — um sorriso real, ainda que pequeno.
— Se eu virar jornalista das estrelas depois dessa, quero um aumento.
— A gente pede juntas. — Amanda piscou.
Elas embarcar