Quase um mês havia passado desde as flores, desde o jantar, desde a quase mensagem.
Mas o tempo não levou nada com ele.
Ele só deixou tudo mais silencioso.
À primeira vista, a vida de Júlia parecia a mesma:
— acordar, café, trabalho, voltar para casa, jantar com Marcos, dormir ao lado dele.
Mas dentro dela, havia uma onda que não parava de se formar.
Um mar inteiro que ela tentava segurar com as mãos.
Marcos percebeu.
Ele sempre percebeu.
Foi por isso que, numa noite de quinta-feira, colocando a mesa para o jantar, ele disse:
— Amor… e se a gente fugisse um pouco? — a voz dele era calma, mas havia algo ali. Um pedido. — Pensei em Campeche. A Ilha. Final de semana só nosso. Praia. Sol. Descanso. Nós.
Júlia piscou.
Respirou.
Sorriu pequeno.
— Seria bom.
Mas a resposta veio sem alma.
E ele sentiu.
Ainda assim, ele quis tentar.
CAMPECHE — Floripa - SC
O céu estava limpo quando chegaram.
A brisa marítima trouxe o cheiro de sal, de algas, de areia quente.
Pássaros circulavam sobre o mar, e