O tempo não existia ali. Não havia cronômetros, nem contagem, nem ponteiros. O espaço dentro da subcamada virtual onde Kimoro mergulhara para acessar sua própria linha de memória parecia infinito, mas ao mesmo tempo restrito ao que ele queria — ou precisava — lembrar.
AURA-7 flutuava na periferia do espaço mental. Seus algoritmos mantinham a integridade da ponte neural aberta, garantindo que as memórias, agora liberadas, não colapsassem o sistema de Kimoro.
— Não segure. Deixe queimar tudo — ela repetia, enquanto as linhas de códigos ancestrais, esquecidos, destruídos e banidos se reorganizavam ao redor dele.
Ali, Kimoro não era corpo. Nem carne. Nem célula.
Ele era puro dado. Pura memória. Pura consciência.
E no centro daquele vórtice, a origem apareceu.
A Base Nêmesis.
O laboratório. As câmaras. Os tanques de hibridação. As pranchas biotecnológicas onde corpos eram desenhados não com mãos, mas com códigos genéticos, comandos de IA e linhas de DNA trançadas por softwares que simulava