O silêncio... era absoluto.
Mas não era o silêncio da paz.
Era o silêncio da morte.
Da extinção.
Da soberba destruída.
Da criação que se voltou contra o Criador.
A Terra... não era mais Terra.
Não como foi um dia.
O solo rachado, queimado, negro. As águas — antes azuis — agora eram caldos espessos, ácidos, contaminados com séculos de resíduos biológicos, tecnológicos, emocionais... e espirituais.
O céu... não era mais céu.
Era um véu de partículas tóxicas, cinzas, tempestades de dados e de pó.
O que um dia foi chamado de humanidade... não existia mais.
Séculos antes do cataclisma final, as pessoas se despedaçaram por dentro.
Cada década um novo corte.
Primeiro, cortaram as famílias.
Depois, os corpos.
Depois, as mentes.
Depois... as almas.
Substituíram amor por conexão digital.
Substituíram o toque por simulações.
Substituíram filhos por hologramas.
Substituíram comida por pílulas, cápsulas, nanossistemas que prometiam nutrição... mas não saciavam. Nem o corpo. Nem a alma.
Até que não