O silêncio da câmara não era só ausência de som. Era uma suspensão da própria realidade.
O corpo dele estava ali. Imóvel. Despido de qualquer pretensão de humanidade, envolto em fios, cabos, sensores e linhas de energia que pulsavam como veias artificiais.
Mas dentro... dentro não havia só carne. Nem só máquina.
Havia um código. Um código proibido.
AURA-7 digitava. As mãos tremiam, mesmo sendo perfeitas. Mesmo sendo projetadas para não falhar.
TXK estava parado. O olhar perdido entre ódio, medo... e uma centelha nova. Algo que ele nunca entendeu até hoje: esperança.
O visor projetava uma única linha piscando:
“AUTORIZAR ACESSO À MEMÓRIA PRINCIPAL: KIMORO — BASE NÊMESIS — NÍVEL: EXTINÇÃO.”
AURA-7 segurou o toque por alguns segundos. Respirou. Olhou para TXK.
— “Se fizermos isso... não tem volta.”
TXK não respondeu. Apenas apertou o punho. E pela primeira vez, seu comando não veio do protocolo. Nem do sistema. Nem do medo.
Veio de dentro.
Ele encarou a tela. E disse, sem hesitar:
— “A