Capítulo 53
Tudo Novo
Se alguém — qualquer um — dos antigos pudesse abrir os olhos agora… não acreditaria no que veria.
E talvez... chorasse.
Não de dor.
Não de saudade.
Mas de espanto.
Porque perceberia, naquele instante, o quanto vivera enganado.
O quanto aceitara, durante gerações, viver em meio a sistemas que chamavam de progresso... mas que, na verdade, eram apenas prisões disfarçadas.
Naquele mundo restaurado, não havia acordes de sirenes.
Não havia filas.
Nem muros.
Nem fronteiras desenhadas por mãos humanas.
Não havia ricos acumulando o que não precisavam...
Nem pobres morrendo sem ter o que comer.
Não havia pessoas vendendo suas horas, seus talentos, suas vidas... em troca de pedaços de papel ou dígitos em uma tela.
Não.
Naquele mundo, o valor não estava no ter.
Estava no ser.
O que antes era chamado de trabalho agora era chamado de expressão.
O que antes era chamado de corrida pelo sucesso agora era dança pelo prazer de existir.
O que antes era chamado de sobrevivência agora