No princípio, as crianças não falavam.
Mas se entendiam.
Havia entre elas um silêncio cheio de sentido — feito de olhares, de toques, de ritmos internos que se conectavam sem esforço. Quando uma delas sorria, outra sorria também. Quando uma sentia fome, todas caminhavam juntas até onde o instinto as guiava.
Não havia disputa.
Não havia hierarquia.
Não havia medo.
Era como se cada célula de seus corpos soubesse que haviam sido geradas... para estar ali.
O primeiro gesto que marcaria a história foi simples: uma das crianças — menor, de olhos verdes musgo — tropeçou em uma raiz. Caiu de joelhos, o rosto sujo de terra úmida.
As outras pararam.
Uma delas, de pele dourada como areia ao sol, se aproximou, ajoelhou-se e limpou o rosto da menor com as próprias mãos.
Nenhuma palavra.
Apenas gesto.
Apenas cuidado.
Mas naquele momento, no céu recém-revelado, algo ressoou.
Não era som.
Era... vibração.
Uma nova frequência.
E então, como se a Terra quisesse selar aquele instante em sua memóri