Capítulo 130, juntos fazemos a diferença.
— Visão de Lua
Voltar para casa naquele dia foi mais difícil do que eu imaginava.
Não porque eu não quisesse estar ali — mas porque uma parte de mim tinha ficado no hospital. Nos corredores frios, no cheiro de álcool, no som dos monitores. Meu coração estava dividido entre o alívio de saber que Victor estava vivo, lutando, e o medo constante de tudo que ainda podia dar errado.
Eduardo dirigia em silêncio. Um silêncio pesado, respeitoso, daqueles que não precisam ser preenchidos. Sol vinha no banco de trás, segurando um papel colorido que ela tinha desenhado ainda no hospital. Um monte de riscos, corações tortos e bonequinhos de mãos dadas.
— Mãe… — ela chamou, quebrando o silêncio. — O bebê da tia Amber é tipo um passarinho?
Olhei pelo retrovisor.
— Como assim, meu amor?
— Porque ele é pequenininho e fica numa casinha de vidro… igual passarinho que cai do ninho e precisa ficar na caixa.
Meu peito apertou.
— É… mais ou menos isso. Ele nasceu antes da hora, então precisa de ajuda pra c