( Lua Carvalho) Eu estava sentada na sala, folheando um álbum de fotos antigo que minha vó Laura guardava com tanto carinho. Cada página era um pedaço de um passado que parecia pertencer a outra vida, a outra pessoa. Quando virei uma das páginas, meus olhos se prenderam em uma fotografia que quase me tirou o ar. Era eu e Bruno. Estávamos sorrindo, de mãos dadas, em um dia ensolarado no parque. Eu usava um vestido azul claro, ele usava aquela camisa branca que eu tanto gostava. Naquele instante congelado, éramos felizes. Pelo menos parecia. Segurei a foto por mais tempo do que deveria. Quanto mais olhava, mais a lembrança daquele dia fatídico vinha à tona. Minha mente, mesmo relutante, me arrastava de volta para o carro, para o cheiro do estofado, o barulho do motor, e principalmente... para a discussão. Bruno estava com ciúme, como sempre. Qualquer palavra, qualquer gesto, era suficiente para atiçar a desconfiança dele. E eu, cansada das brigas constantes, tentei mudar de assunto,
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