Alessandra entrou com passos firmes no escritório de Matteo. Trazia uma pasta preta, espessa, sem etiquetas. Colocou-a sobre a mesa com um leve estalo, como se soubesse o peso que aquilo carregava.
— Levantamos tudo que pudemos sobre o tal Ferraro. — Sua voz era controlada, mas havia tensão nos olhos. — O nome é limpo. CEO de uma startup de tecnologia ambiental, instalada no país há oito meses. Atua com energia limpa e reestruturação urbana. Perfil social forte. Fundador de uma ONG de acolhimento para mulheres e adolescentes em situação de risco.
Matteo puxou a pasta e folheou os documentos. Fotos de eventos, recortes de jornal, relatórios financeiros. Uma imagem se destacou: Ferraro apertando a mão de um senador influente.
— Altruísta demais. — Matteo comentou, com a voz fria. — Sempre desconfie de quem sorri com todos os dentes.
Alessandra cruzou os braços.
— Não encontramos nenhum laço direto com a máfia. Nenhum sobrenome sujo, nenhuma conexão com os grupos que conhecemos. Mas um h