Matteo estava sentado à mesa do escritório, a janela aberta, deixando entrar o som abafado dos jardins. Alessandra entrou com uma pasta preta sob o braço e a postura meticulosamente alinhada.
— A papelada está pronta — anunciou, colocando a pasta diante dele. — O juiz foi confirmado. Vem até a mansão amanhã, no fim da tarde. Discreto, profissional… e bem recompensado.
Matteo abriu a pasta e folheou os documentos com a calma de quem lia uma receita de veneno.
— Um casamento sem aplausos… mas com todas as promessas que importam — murmurou.
Alessandra o observou por um momento. A testa levemente franzida denunciava um incômodo contido.
— Ela sabe com quem está se casando? — perguntou enfim, num tom que misturava curiosidade e alerta.
Matteo ergueu os olhos. Havia uma sombra de ironia, mas não hostilidade.
— Não importa. O importante é que eu sei com quem estou casando.
Alessandra inclinou levemente a cabeça, como se admitisse a resposta, mas não concordasse com ela.
— Você a ama, Matteo?