O sol daquele dia parecia diferente.
Não era mais o sol que ardia. Era o sol que iluminava.
A fachada da nova sede reluzia como se o próprio tempo tivesse passado a mão para lustrar o passado.
As paredes claras, os vitrais com desenhos das crianças, o jardim refeito com mãos pequenas e corações gigantes, tudo gritava: renascimento.
Anyellen estava de vestido claro. Não branco, mas um tom que só a liberdade conhece.
Miguel, ao seu lado, não usava gravata. Usava um sorriso raro, o mesmo que ela só via quando ele tocava a barriga dela nas noites de paz.
— Está pronto? — ela perguntou, com os olhos molhados.
Ele segurou a mão dela e olhou para o letreiro recém-afixado acima da entrada.
INSTITUTO VER-TE
"Porque só quem é visto pode florescer."
— Nunca estive tão pronto — disse ele.
— E você?
Ela sorriu com a alma.
— Estou onde sempre quis estar… mas não sabia.
O som das palmas, dos jornalistas, dos moradores, dos antigos funcionários que voltaram para recomeçar, dos novos voluntários qu