Capítulo 81 – Epílogo: “Você Me Viu. E Por Isso Eu Vivi.”
A tela está em branco.
Pendurada na sala da nova galeria do Instituto Ver-te, ela não chama atenção pelo traço.
Não há tinta.
Não há cor.
Apenas espaço.
E no canto inferior direito, como quem não grita, como quem só diz…
Uma frase costurada com alma:
“Amar é enxergar. E ser enxergado salva.”
As pessoas passam. Algumas param. Umas franzem a testa. Outras se emocionam.
Poucas entendem.
Mas quem viveu dor sabe:
Há quadros que não precisam ser pintados para dizer tudo.
Há silêncios que gritam.
E há amores que salvam, não porque consertam, mas porque enxergam.
No centro da sala, Miguel segura a mão de Anyellen.
Os filhos correm ao redor.
A ONG se expandiu. O hotel cresceu. As sementes viraram árvores.
Mas o que pulsa ali…
É o que não se vê.
— Por que essa tela está vazia, mamãe? — pergunta Noah, com as mãos manchadas de tinta.
Anyellen sorri e se agacha até ele, como quem revela um segredo:
— Porque ela está cheia do que importa, filho.
Cheia de história, de coragem, de amor.
Cheia de tudo