Eles não compraram nada.
Construíram tudo.
Cada parede daquele Instituto.
Cada passo dado na casa com cheiro de vida nova.
Cada gesto entre eles, ora nervoso, ora terno, que moldou não só um relacionamento, mas um propósito partilhado.
O calendário marcava mais um ano de funcionamento do Instituto Ver-te.
As salas estavam cheias de cores, vozes e desafios.
E na manhã da nova organização dos horários, Anyellen, prancheta em mãos e sobrancelha arqueada, leu em voz alta:
— Miguel Ferraz, três dias por semana, supervisão geral de logística, dois dias por semana… aulas de construção de maquetes?
Ela ergueu os olhos para ele.
Miguel sorriu, com aquele brilho nos olhos que nenhuma reunião de conselho jamais despertou.
— Mantenha minha aula de maquetes — disse, cruzando os braços. —
Já entendi que sou muito melhor com cola e papelão do que com ternos e acionistas.
Anyellen riu e caminhou até ele.
— Sabia que você não ia querer sair… — sussurrou, o beijando nos lábios com a doçura de quem tem