Segredos morrem com quem os carrega. Ou quase todos.
A notícia correu pelos corredores da penitenciária feminina como um sussurro envenenado.
Letícia Helena Moura — ex-coordenadora da ONG, ex-melhor amiga de Anyellen, mentirosa contumaz, manipuladora nata, foi encontrada sem vida na cela 18, alas dos isolamentos temporários, às 03h27 da madrugada.
A cela estava trancada por dentro.
Sem sinal de arrombamento.
Sem câmeras funcionando.
Sem testemunhas acordadas.
A primeira a vê-la foi a enfermeira de ronda. Letícia estava caída, corpo sem resistência, olhos semicerrados como se tentassem manter o controle até o último instante. Mas a boca… a boca dizia tudo. Um fio de sangue escorria do canto. E um bilhete rasgado repousava sob a fronha fina do colchão.
Sem remetente. Sem assinatura.
Só duas palavras, escritas com tinta vermelha:
"Fim necessário."
Na outra ponta da cidade, o celular de Nina vibrou. Uma mensagem simples, cifrada como ela exigira, apareceu na tela:
Serviço realizado. Segr