Acordei com a luz do sol invadindo o quarto, filtrada pelas cortinas automáticas que alguém — ele — tinha deixado entreabertas.
Minha mão tateou o lençol ao meu lado. Frio. Vazio.
Sentei-me na cama, puxando a seda para cobrir meu corpo nu. Eu me sentia... atropelada. Mas de um jeito bom. Havia uma dorzinha fantasma entre as minhas pernas e meus músculos estavam relaxados, pesados de sono e satisfação.
— Bom dia, mia artista.
Peter estava do outro lado do quarto, perto da porta.
O "homem" de moletom cinza da madrugada tinha desaparecido. Em seu lugar, o Imperador estava de volta, blindado em um terno cinza-chumbo de três peças, a gravata perfeitamente alinhada, o cabelo penteado com precisão militar. Ele estava segurando uma pasta de couro e verificando algo no relógio de pulso.
Ele parecia intocável. Se eu não tivesse as marcas dos dentes dele no meu ombro e a memória da boca dele em mim, eu diria que a noite passada foi um delírio.
— Você já vai? — Minha voz saiu rouca, arranha