Peter estava à minha espera no hall de entrada da cobertura. Havia trocado o terno cinza-chumbo por um azul-marinho mais discreto, mas a armadura continuava impecável. Ele estava de volta ao Imperador, os olhos de tempestade vazios de qualquer emoção.
Eu vestia uma calça de linho e uma blusa solta que ele tinha comprado—simples, mas caras. A rebeldia do vestido champanhe tinha ficado na lavanderia. Hoje, eu precisava de discrição para proteger minha mãe.
— O carro está pronto — disse ele, a voz fria.
— E os arranjos? — perguntei, cruzando os braços, exigindo o detalhe do contrato.
— O andar inteiro está sob segurança privada. O Doutor Mendes estará nos esperando. Você terá sua hora. Sem fotos. Sem interrupções. — Peter não me olhava. Olhava para o celular, revendo algo sobre a logística.
— Você não faz nada pela metade — constatei, sentindo um misto de gratidão e ressentimento. O dinheiro dele era um portal para a salvação, mas também para o inferno.
O Maybach deslizou pelo asfa