O elevador desceu em silêncio, mas o ar entre nós crepitava. Eu ainda sentia a marca da boca dele no meu seio, escondida agora sob uma blusa de seda nova que ele me obrigou a vestir em três minutos.
Entramos no Maybach. O motorista, treinado para ser invisível, fechou a divisória de vidro imediatamente. Estávamos no nosso aquário blindado.
Peter se acomodou no banco de couro, exalando aquela calma irritante de quem acabou de reafirmar sua divindade. Ele pegou o tablet, pronto para voltar aos seus impérios e números, como se não tivesse acabado de me devorar contra uma parede.
Eu olhei para ele. Para a linha dura do maxilar. Para as mãos grandes que me seguraram com tanta força.
A raiva e o desejo se misturaram no meu estômago, criando uma bomba relógio. Ele achava que eu estava domada? Ele achava que eu estava ali, encolhida de vergonha?
Não.
Sem pensar, movida puramente pelo instinto do caos que eu havia pintado, eu me joguei.
Não esperei. Atravessei o espaço entre os bancos e