Acordei com a adrenalina ainda correndo nas minhas veias. A visão da tela, com suas linhas azuis frias escondendo a rede silenciosa de carmim, era o meu triunfo. Mas eu sabia: o triunfo era apenas a isca. A fúria de Peter seria o anzol.
Eu me vesti com o linho neutro e desci. Peter estava me esperando no estúdio.
Ele não estava em sua mesa. Estava parado, as mãos nos bolsos da calça preta, olhando para a tela. Ele não se virou quando entrei. A luz da manhã inundava a sala, revelando a complexidade da minha rebeldia.
O silêncio era insuportável.
— O Caos sob a Ordem — disse ele, a voz baixa, preenchendo o espaço. Ele não estava perguntando. Estava diagnosticando. — Você pegou a estrutura fria do meu império e a usou como máscara. Mas o que a sustenta... a rede de sangue, a fúria. É a sua assinatura.
— É a verdade — respondi, parando a uma distância segura, mas sem desviar o olhar.
Ele se virou. Não havia raiva nos olhos dele. Havia uma satisfação gelada. O Imperador não se zangava