O mundo girou quando ele me levantou.
Eu não tinha forças nas pernas. Meus músculos eram água. Minha mente era um borrão branco de prazer e choque. Eu estava "neutralizada". Esvaziada de tudo o que eu era antes de entrar naquela sala.
Peter não me pediu para andar. Ele me carregou, meu rosto pressionado contra o pescoço dele, sentindo o pulso dele desacelerando, o cheiro de sexo e tinta nos envolvendo.
Ele me levou para o banheiro anexo ao estúdio — não o do quarto, mas um santuário de pedra escura e vidro.
Ele me colocou sentada na borda da imensa banheira de imersão. Eu balancei um pouco, tonta, e ele segurou meu ombro para me firmar.
— Fique aí — ele ordenou, a voz rouca, mas baixa.
Ele abriu as torneiras de metal escovado. A água jorrou, vaporosa e quente. Ele despejou algo na água que cheirava a eucalipto e sândalo, transformando a superfície em espuma.
Então, ele se afastou.
Eu fiquei ali, ofegante, observando-o através dos meus cílios pesados.
Peter começou a se despir.