Helena conferiu o itinerário pela terceira vez antes de colocar o celular sobre a mesa. Ainda estava escuro lá fora, o relógio marcando pouco depois das seis da manhã. Por algum motivo, Arthur insistira para que saíssem cedo para visitar a filial no distrito financeiro.
Ela disse a si mesma que era apenas trabalho. Que nada mudava só porque estariam fora da sede. Mas, por dentro, sentia o mesmo aperto no peito que começava a acompanhar cada interação com ele.
Vestiu um tailleur discreto e prendeu o cabelo num coque firme, como se aquela rigidez pudesse protegê-la de qualquer fraqueza. Na frente do espelho, respirou fundo. Precisava manter o foco. Precisava lembrar que aquela viagem não era nada além de uma extensão do expediente.
Quando chegou ao térreo do prédio, o carro já a aguardava. O motorista abriu a porta, e ela entrou sem hesitar. Só quando se acomodou no banco percebeu que Arthur estava ali, do outro lado.
— Bom dia. — A voz dele soou baixa, um pouco rouca pela madrugada.
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