O som do apelido me fez sorrir de leve. Rosa.
Como se ele quisesse lembrar que ainda via beleza em mim, mesmo depois de tudo.
A taça nos foi entregue. O líquido dourado borbulhava em silêncio, e eu fiquei olhando aquelas pequenas bolhas subindo, como se fossem vivas.
— Eu nunca bebi nada assim — murmurei, insegura.
O sorriso dele foi lento, quase preguiçoso.
— Então é um bom começo — ele se inclinou, a voz roçando minha pele quando sussurrou perto do meu ouvido —, eu adoraria dar as primeiras vezes que ainda não teve.
A voz dele tinha um tom rouco, denso, carregado de promessas não ditas. Meu rosto queimou, e o coração pareceu tropeçar dentro do peito.
Levei a taça aos lábios. O gosto era estranho. Era, ácido, gelado demais.
— É horrível. — Fiz uma careta, o que arrancou uma risada dele, grave e curta.
— Caro, mas nisso eu concordo. É horrível — disse, divertido. — Essa é a ironia do luxo, moya lyubov (meu amor).
Luka pediu vodka logo depois. A aeromoça trouxe a garrafa t