Ela se afastou um pouco, segurando meu rosto entre as mãos. Os olhos dela percorreram cada traço meu como se tentassem memorizar.
— Você… está diferente.
Sorri fraco, limpando as lágrimas.
— E você continua linda.
Ela riu, um som rouco, emocionado.
— Linda? Isabel, eu estou uma bagunça. — Ela fungou, rindo entre lágrimas. — Mas você… você continua linda.
Havia tanto a ser dito. Tantas perguntas, tantas feridas, tantas lembranças mal enterradas. Mas nenhuma palavra parecia suficiente para cobrir nove anos de silêncio.
Foi então que Laura olhou por cima do ombro.
Luca ainda estava de pé, perto da porta, observando em silêncio. Alto, de ombros firmes, com o casaco escuro ainda aberto e aquele olhar calmo, calmo demais, como se fosse uma máscara cuidadosamente mantida para esconder tudo o que sentia.
Laura enxugou o rosto com as costas das mãos, respirou fundo e se aproximou dele. Antes que qualquer um pudesse dizer algo, ela o abraçou.
O gesto o pegou de surpresa. Luca ficou r