Ele ignorou a resposta, como se nem tivesse ouvido.
— Não se preocupe. Eu não estou aqui pra te julgar. Estou aqui pra te ajudar. Só posso ajudar se você for sincera comigo.
Engoli seco. Minhas mãos estavam suando, então as esfreguei discretamente na barra da saia. Fiquei calada.
— Teve muitos? — ele insistiu. — Ou foi só um?
Mordi o lábio, sentindo a garganta apertar. O estômago revirava.
— Dois — murmurei. — Só dois.
Ele fez que sim com a cabeça, como se estivesse anotando mentalmente. Como se fosse alguma informação útil pra uma ficha espiritual.
— E ele… te tocava? De que jeito?
Minha espinha enrijeceu. Me inclinei pra trás, instintivamente.
— Como assim?
— Não precisa ter vergonha. É importante saber como o inimigo tem agido. Vocês… ficaram nus? Ele viu seu corpo?
Respirei fundo, tentando me manter firme, mas a voz saiu fraca.
— Isso não tem nada a ver com o senhor.
— Isabel… — ele se inclinou ainda mais. A expressão no rosto era neutra, quase compassiva. Mas os ol