Após flagrar o noivo com seu melhor amigo, Harper decide que não será mais a garota certinha de sempre. Convidada para uma luxuosa festa por uma amiga, ela planeja deixar para trás a dor... e a inocência. Seu alvo? O primeiro homem que cruzar seu caminho. O que ela não esperava era que o estranho sedutor — enigmático, poderoso e completamente irresistível — fosse ninguém menos que o chefe de uma das famílias mais influentes do país. Na manhã seguinte, Harper descobre duas coisas: uma sensação que ela nunca havia experimentado... e que será a nova babá dos filhos daquele homem. Agora, presa entre a razão e o desejo, ela terá que lidar com segredos, perigos e uma atração que pode custar mais do que seu coração.
Ler maisHarper WardSeria muita loucura admitir que minha mente estava em fuga? Ok, eu sou uma burra, mas reconhecer um erro não significava parar o erro, por que eu ainda estava fazendo a mesma coisa, uma e outra vez.E pensar na maneira como Chase disse sua dedicatória, de um jeito tão obsessivo, e que não fora exatamente o estilo mais romântico, ainda fazia-me suspirar, e pensar em cada palavra. Isso, claro, até perceber que não ouvira o que disse a ele.— Harper, é a sua vez! — Graham praticamente gritou, atraindo minha atenção não apenas para ele, mas para o robô que encarava atentamente cada movimento.Grace estava sentada a meu lado. Deus, esse jogo era tão chato, e de velho, mas eu era boa nisso de verdade, e o pobre menino tinha uma competição. Precisava treinar. Bom, eu estava sendo mais como a cobaia de um mini gênio, que, no momento, ao perder um bisco, encontrava-se mais no estado de criança irritada.Ao menos isso era divertido. Vê-lo irritado, e vermelho.— Jogue de uma vez! —
Chase HarrisonA jornalista ajeitou os papéis diante de si, num gesto ensaiado, como se já tivesse dado por encerrado o espetáculo. O rosto forçado de profissionalismo não escondia a fome de sangue que sempre existia atrás das câmeras.Eu não a escutava. O celular vibrava sobre a mesa e, mesmo sem olhar a tela, já sentia que a merda vinha dali. O som seco reverberava dentro de mim como um chamado, mas mantive os olhos fixos, fingindo que não existia.Foi então que ela se apresentou com um sorriso pequeno.— Para encerrar, sou Cassandra Meyer… e gostaria de pedir algo que não está no roteiro. — As câmeras a seguiram quando ela estendeu o microfone para nós. — Quero que façam uma dedicatória um ao outro. Algo simples, sincero. Um presente para o público, mas, principalmente, um teste.Teste. Claro. Não tinha nada de “fofo” nessa merda. Ela queria nos expor, arrancar de nós aquilo que não poderia ser ensaiado.Olhei de soslaio para Harper. O jeito como ela mordia o lábio me dizia que est
Chase HarrisonA entrevista passeou de séria, a gravemente perturbadora em segundos. Porra, todo o maldito clima de tensão entre a jornalista e minha esposa se dissipou, quando algo pareceu mais importante. A ideia de que minha mulher tenha sido praticamente escrava deixou-me a beira de enlouquecer.Só havia uma certeza quanto a isso, e que me atormentava por todo o tempo em que a maldita entrevista durou: a de que os faria pagar. Cada maldita ação da empresa, e cada membro da família desgraçada.Respondi às perguntas seguintes quase no automático.As perguntas começaram a deslizar para um terreno que eu já esperava, mas não deixava de me irritar. O tipo de questão que não tem nada a ver com política, negócios ou escândalos corporativos, mas que tinha tudo a ver comigo, com ela, com aquilo que ninguém tinha o direito de arrancar de nós.— Como foi que começaram? — a jornalista perguntou, com aquele ar de falsa curiosidade, quando, na verdade, o que queria era me foder.Olhei para Harp
Harper WardFingido... Chase tinha que parar de me apertar desse jeito. Mal conseguia respirar, e, tinha absoluta certeza de que ele estava comprimindo os gêmeos.— Bom... — A jornalista apertou algo em seu ouvido, como se recebesse ordens. Era bom que se mantivesse na linha e parasse de agir como se apenas Chase fosse importante aqui. — Vamos aos fatos. — Declarou, ao me encarar. — Sua amiga nos disse, na semana passada, que é órfã, senhora Harrison. E que também já foi presa.Me ajeitei no sofá, sentindo-me ainda mais desconfortável. Odiava falar sobre isso, e sinceramente, Aprill não tinha o direito de contar algo assim ao mundo. Especialmente quando eu não estava pronta, droga.Tentando ganhar algum tempo, lambi o sábio superior, e procurei por Thomas na plateia. O homem havia prometido que estaria aqui, mas não o encontrei, ou o vi desde que cheguei.— Não precisa responder se não quiser. — A voz do Chase soava tão distante, mas, ainda dentro de mim. Sempre seria estranho assim?
Chase HarrisonSentei-me ao lado de minha esposa, e a encarei firmemente. Percebendo, talvez tarde demais, que a infeliz mal me olhava de volta, ou dedicava sua atenção como fazia a ela. Porra, tentei me convencer de que tudo não passava de um nervosismo. Era de conhecimento público, e meu, que Harper estava nervosa com a entrevista, e que a ideia de aparecer na televisão não era de seu agrado.A fama que isso traria também não. — Tudo bem com você? — Questionei, ciente de que havia um comportamento anormal surgindo. Segurei-lhe a mão, o que a fez encarar, não a mim, mas a porra do toque. Como se eu fosse um maldito leproso que acabou de toca-la, e que passou-lhe a peste. Que merda estava acontecendo? — Estou ótima! — Respondeu, e se virou, dedicando toda sua atenção a jornalista que acabara de sentar-se na mesa a nossa frente. — E a Callie?— Quem? — O queixo erguido, o lábio inferior que tremia, fora todo o indício que captei, e que me fez ter a certeza de que deveria saber sobre
Chase HarrisonAndei logo atrás da mulher, que, de alguma maneira, estava convencida de que uma merda de saia vulgar e cabelo rosa fosse tudo o que um homem sério como eu desejava no fundo, de sua mente conservadora implorando por libertação.Porra, eu queria, mas não ela. Definitivamente me enterrar a noite inteira seria um sonho, mas só havia uma boceta com a qual sonhava, e desconfiava de que jamais mudaria.Ciente de que rebolava de propósito a cada passo, ou que se empinou exageradamente quando abriu a porta, mantive os olhos no topo de sua cabeça. Especificamente na presilha que prendia parte do cabelo colorido.— Aqui está, senhor. Como ordenou. — As mãos unidas em frente ao corpo eram propositais, embora ela desejasse aparentar o oposto.Inocência não parecia ser o forte dessa garota, de toda maneira.— Obrigada, Celie. — Disse.— É Callie. — Corrigiu-me, como se fosse a porra de um detalhe importante.Era tão irrelevante quanto a infeliz, caralho.Não a olhei uma segunda vez
Último capítulo