Após flagrar o noivo com seu melhor amigo, Harper decide que não será mais a garota certinha de sempre. Convidada para uma luxuosa festa por uma amiga, ela planeja deixar para trás a dor... e a inocência. Seu alvo? O primeiro homem que cruzar seu caminho. O que ela não esperava era que o estranho sedutor — enigmático, poderoso e completamente irresistível — fosse ninguém menos que o chefe de uma das famílias mais influentes do país. Na manhã seguinte, Harper descobre duas coisas: uma sensação que ela nunca havia experimentado... e que será a nova babá dos filhos daquele homem. Agora, presa entre a razão e o desejo, ela terá que lidar com segredos, perigos e uma atração que pode custar mais do que seu coração.
Leer másHarper Ward
Calvin vai me matar quando souber da despedida de solteiro.
Mas eu merecia. Não é todo dia que alguém se casa aos vinte anos.
Mas meu noivo não é exatamente o tipo de homem calmo.
Isso durou pouco. Muito pouco. Minha culpa foi completamente incinerada quando meu telefone começou a tocar. Atender parecia uma má ideia, mas eu fiz assim mesmo. E para o meu grande azar, meu noivo estava trabalhando, em seu escritório.
Bom, trabalhar não era exatamente a palavra, quando havia um som bem sugestivo no ambiente.
— O que é isso? — Aprill se aproximou. — Puta que pariu! — Ela gritou, atraindo a atenção das pessoas na fila.
Era uma sensação intensa e em ondas. O som da música dentro da boate não surtiu efeito nenhum na tentativa de abafar os gemidos que saiam do alto-falante do meu telefone. É claro que juntou um par de curiosos ao redor para olhar por cima dos meus ombros.
Eu não estava me importando com isso.
Não me importava com mais nada.
Aquele homem era quem eu amava. Minha família.
A família que eu escolhi.
Mas algo pareceu ter sido rasgado dentro de mim. Ao contrário de sentir uma sensação intensa de tristeza, como imaginei que seria, havia raiva. O ódio mais puro e intenso que eu já senti em toda a minha vida.
Ele não era só meu noivo, era meu melhor amigo também, poxa!
Eu me guardei para um homem, mas aquele não era um bom exemplar, e nunca mereceu tudo que eu fiz, e tudo que deixei de fazer por ele.
Isso estava me matando por dentro.
As pessoas da fila pareciam assistir a um jogo muito animado, e começaram a gritar e torcer. Foi quando Calvin percebeu que estava em uma ligação. Aquilo foi péssimo, por que me fez perceber que ele me ligou sem querer, provavelmente ao esbarrar a mão, enquanto estava distraído com outra mulher.
— Harper, você está pálida! — Aprill disse.
Mas eu me concentrei em olhar nos olhos do homem que seria meu marido, e que estava tentando, sem sucesso, segurar o celular com as mãos tremulas. E para o grande azar do meu ex futuro marido, ao tentar segura-lo direito, o celular acabou caindo no chão.
Não. Eu, com certeza, não estava preparada para ver aquilo.
E eu nem estava falando do membro duro e babado em pé, em baixo da mesa.
— Harper... — Ele gemeu meu nome, desesperado, segurando a câmera e a levantando.
Foi um lapso, algo tão rápido, que uma piscada e eu teria perdido a cena. Mas lá estava, o assistente e melhor amigo do Calvin, em baixo da mesa, chupando o instrumento do amigo conservador e moralista.
— Puta merda! David? — Aprill gritou, sem qualquer tipo de pudor em evitar que as pessoas escutassem.
Algumas pessoas na fila estavam começando a rir alto, mas eu não achei a menor graça. Ele estava patético? Sim. Mas não melhorou em nada o meu humor.
— Gata. Gata, eu posso explicar. — Então ele parou um segundo. — Onde você está?
— Não é da sua conta! — Meu lábio inferior não parava de tremer. Isso era tão irritante.
— Olha, você está em, o quê? Uma boate, a essa hora? Nossa, se a mamãe souber, o que acha que vai acontecer, Harper? Vá para casa, e eu prometo te explicar tudo quando chegar.
Ele havia assumido a postura de empresário, como se isso fosse mudar alguma coisa.
Mas ele não vai me manipular dessa vez.
— O que acha que ela vai pensar quando eu contar que você adora ter seu... Sua coisa chupada por seu melhor amigo, seu imbecil? — Aprill gritou por cima da voz de pessoas meio revoltadas.
— Isso aqui é melhor que cinema. Eu te disse. — Alguém murmurou.
— Não faça isso. Você não tem ideia do que aconteceria se ela soubesse que... Poxa, não é nada de mais, Harper. Você nunca facilitou para mim, e um homem precisa de alívio. Isso não é motivo nenhum para todo esse escândalo. Eu vou para casa, e nós vamos conversar. Vamos nos casar amanhã e tudo vai ficar bem, ok?
Revirei os olhos. — Não se preocupe, Calvin, eu não vou me casar com você.
— Minha amiga merece alguém melhor que isso, Calvin coco!
— Eu não estava... — Ele revirou os olhos. — Espera, Harper. Não faça nenhuma besteira. Lembre-se que você vive com a minha família. Você não tem emprego, não tem casa, e eu cuido de você, meu doce. Para onde você iria? Pense bem, Harper. Eu sou a sua última chance de ter uma vida normal, e ter a família que você sempre sonhou. Mas não se preocupe, eu estou indo embora agora, e nós vamos conversar, ok? Eu vou achar você. Me espere!
— Calvin, Calvin, Calvin... Eu sempre pensei que você fosse o amor da minha vida, mas eu não conheço você. E eu quero que você pegue aquela sua mãe megera e enfie no seu rabo!
— Amiga! – Aprill disse, mais com tom de orgulho do que repreensão.
— Harper, não faz assim... Não vá por esse caminho. Eu estou saindo daqui. Me diz onde você está. — Ele havia se levantado e estava saindo da sala.
Deu para ver seu melhor amigo ajeitando a gravata, completamente desconfortável.
Ele deveria sentir vergonha mesmo.
— Melhor a gente ir para a minha casa, amiga.
Eu olhei para Aprill por cima do ombro. — Não! — Então encarei a tela com toda a voz decisiva que conseguia. Estávamos trocando olhares, e eu não ligava a mínima para o quanto Calvin parecia muito desesperado. — Eu vou ficar aqui. Eu vou encher a minha cara, como nunca fiz antes na vida, e eu vou dormir com o primeiro homem que eu achar atraente o suficiente.
Calvin rosnou do outro lado, apertando o botão do elevador pela milésima vez, como se isso fosse fazer chegar mais rápido. — Não faça besteira, meu doce. Eu estou chegando.
— Adeus Calvin. E vai se ferrar!
Desliguei o telefone, e não só a ligação. A última coisa que eu queria era que aquele homem ficasse me ligando a noite toda.
A última coisa que eu queria era ter que lembrar da cena nojenta.
Eu tinha que esquecer, de qualquer jeito.
Aprill me abraçou apertado. — Amiga, vamos para casa. Você deve estar louca por um pote de sorvete e um filme triste. Vamos chorar até nossos olhos estourarem.
— Chorar? — Me afastei dela apenas para olhar em seus olhos. Anos de conversão, espera e abandono de muita coisa que eu amava havia cobrado seu preço de diversas maneiras, e eu não estava mais disposta a fazer concessões. — Eu quero beber muito... e descobrir como é dar para um desconhecido.
Aprill franziu a testa. — De verdade? Não quero que você se arrependa depois.
— Porra, eu estou me candidatando, gata. — Alguém na fila disse.
— Cala a boca, idiota. — Aprill gritou. — Quer mesmo isso? Não quero que você se arrependa.
— Eu quero. Eu vou fazer, mesmo que me arrependa. Foda-se tudo!
— Se é assim, vocês podem passar. Acho que depois desse entretenimento, vocês merecem um vip, garotas... — O segurança disse, se aproximando de nós e carimbando nossos braços. — Bebidas por conta da casa. Sejam bem-vindas.
— Eu vou achar o homem mais gostoso dessa festa para você hoje.
Dominic Lexington Cavalieri— Não acredito, porra. Você não vai sem mim!Arqueei a sobrancelha. Mas que merda ele estava fazendo aqui? — Vá para a maldita viagem. Você tem a porra de um jato particular a espera, e uma mulher na sua cama. O que quer numa guerra?Dilan se debruçou sobre a janela aberta do carro, sem se importar que meu fuzil estivesse apontando diretamente para seu rosto.Se disparasse, não sobraria nada a ser reconhecido pela viúva. — Disse, bem: Jato particular. Ele pode voar quando eu quiser. Mas essa guerra... porra, quando vamos ter algo assim novamente?O infeliz tinha razão. Fiz um ótimo papel em manter a paz, acima de qualquer coisa, e isso nos fez lucrar como nunca.Acenei, mesmo que por dentro algo gritasse para dizer que não.Porra, por que eu não neguei essa merda a tempo? Dilan se acomodou, resgatando a arma no chão do carro e nos colocamos em movimento, enquanto o infeliz vestia o colete.A noite ainda cheirava a pólvora quando saí da minha casa, deixand
Chase Harrison — Entre senhorita... — Eu ainda tinha os meus olhos encarando a porra do relatório policial. A merda foi apagada antes que a coisa toda acabasse em alguma emissora de televisão. Não podia continuar desse jeito, precisava dar um jeito na minha filha.Eu perdi a porra de uma noite incrível por causa dela. — Não posso te entrevistar se continuar parada na porta, senhorita... — Levantei o olhar e senti a merda inteira rodando. Minhas pupilas se dilataram, meu corpo congelou, e o coração acelerou. Ela... ela se encolheu ainda mais.Então a infeliz sábia quem eu era, afinal? Rapidamente me levantei e a passos duros, e fui em direção à mulher encolhida, usando um terno comportado que parecia barato demais, para ser bem honesto.— O que faz aqui? — perguntei, pressionando o braço. Mas, merda, a pele dela era como seda, macia e cheirosa, e me tornar consciente disso quase me fez perder o controle.— Eu... Entrevista. Eu vim para a entrevista que uma amiga...— Pare! — Ela lev
Harper Ward Acordei assustada, olhando ao redor, e sentindo as minhas pernas como geleias. Meu celular estava tocando tão alto, causando uma dor de cabeça infernal, e eu só queria que tudo parasse. Então me lembrei, em ondas de arrepios, do homem que me possuiu como um animal ontem à noite. Sentindo o cheiro dele ainda no meu corpo, tive que fazer um esforço imenso para conseguir ficar em pé.Minha intimidade estava doendo, mas eu tentei ignorar isso. Peguei o celular caído em algum lugar no chão e encarei a tela.Chamadas do idiota do Calvin cocô. Chamadas da Aprill. Chamadas da senhora Agnes Finch, a sogra megera. Ótimo.Enviei uma mensagem para a Aprill e comecei a andar pelo quarto. Eu tinha o sorriso mais bobo do mundo no rosto toda vez que lembrava da noite passada, mas quando me vi em frente ao espelho. As marcas... Eu era dele. Queria ser para sempre.Mas que droga! Eu tinha que perder a virgindade, e não me apaixonar.Não posso ir por esse caminho. — Chase? — O chamei, m
Chase Harrison Agarrei o tornozelo da Harper, retirando os saltos, e então os beijei, subindo pelos tornozelos macios. Foi ali que eu soube que ela seria minha perdição, e se eu não fosse um cretino, teria me afastado. Ela tinha o quê? Provavelmente vinte e cinco, embora parecesse mais nova agora.— O que você está fazendo? — Ela segurou um sorriso.Merda. Ela tinha que parar de sorrir assim... Me enfiei no meio das pernas da infeliz, enquanto ela gemia, algo que eu não conseguia entender. Estava tentando deixa-la louca, mas eu provavelmente enlouqueci primeiro. Meu membro estava enviando espasmos dolorosos, enquanto a infeliz tentava fechar as pernas, sem entender o efeito da minha língua, que a essa altura, jogou a palavra calma pela janela.Mordi a parte interna da coxa, onde havia uma pequena pinta nela, e senti o corpo inteiro tremendo na minha boca. — Seu gosto é delicioso. — Eu mal me sentia racional. — Você tem gosto de minha, garota. Eu a olhei nos olhos enquanto a devora
Chase Harrison Porra, eu estava dolorosamente duro. Não faço ideia do que aquela feiticeira fez comigo, porque cada músculo do meu corpo, acostumados a ter controle, estavam chamando por ela.Aqueles malditos olhos inocentes e confusos, a forma carente com que olhava para mim, e os seios grandes estavam me enlouquecendo. Se não fosse pelo motorista, eu provavelmente acabaria metendo nela dentro desse carro. Agora. — Tudo bem?— Sim. Só estou tentando ligar meu celular. Tenho que avisar a uma amiga onde eu estou.Sorrir não é algo do qual estou muito acostumado, mas parecia ser fácil perto dela. — Me diga o nome da sua amiga. Meu segurança vai acha-la para você.Aqueles olhos vagarosos e inseguros alcançaram os meus. — Você não é um mafioso, é? Um caralho que ela não sabe quem eu sou... — Não, senhorita. Juro solenemente que não sou um mafioso. — Eu adoro jogos, e se era isso que ela queria... — Realmente não sabe quem eu sou?— Eu deveria? Vixe, você é famoso?— Algo do tipo... —
Harper Ward — Ai, meu deus, aquilo é fogo? — Aprill gritou, apontando para a mulher que dançava segurando uma baliza. Aquilo era bem exagerado, e eu me perguntei aonde havíamos nos enfiado.Olhei ao redor, e embora as mulheres estivessem com roupas curtas, não parecia ser o caso dos homens desse lugar. Terno, fraque, e um desfile de três peças sob medida e eu soube que aquilo era muito, muito chique.— Ainda bem que ele nos deu acesso vip. Você teria que vender seu carro para pagar uma dose de bebida aqui. — Resmunguei.— Mas no fim deu tudo certo, não é? — Ela estava falando comigo, mas eu estava distraída demais prestando atenção em um casal de mãos dadas, desaparecendo pelas escadas. — Vamos beber. É de graça! — Ela agarrou a minha mão e nós duas saímos andando rápido, como duas loucas.— Boa noite. O que vão querer?Eu olhei para Aprill e deixei que ela decidisse. Eu não fazia a menor ideia do que dizer. Nunca bebi na vida, e para falar a verdade, nem tinha idade legal para isso
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