Aquela garota estava claramente sendo encurralada por aquele cara ridículo, porque é exatamente isso que ele é. Um verme patético que nunca consegue nada por mérito próprio. Tem que manipular, armar joguinhos, se rebaixar a truques baratos para conquistar qualquer coisa. Um verdadeiro perdedor. Mas comigo essa merda não cola. Eu enxergo através da máscara dele. Tobias é um desgraçado mesquinho, um egocêntrico que quer tudo para si, como se o mundo inteiro devesse girar ao redor da sua vontade. Mas a verdade? Ele não passa de um lixo humano, um homem podre até a alma.
Foi por isso que eu interferi. E ao fazer isso, acabei descobrindo mais do que esperava. Palavras afiadas saíram da minha boca antes mesmo que eu percebesse, porque eram verdades incontestáveis. Na época da faculdade, ele vivia pulando de uma garota para outra, nunca se contentando com nada, nunca sabendo o que queria. Um idiota que só sabia brincar com os sentimentos dos outros. E agora, ali estava ele, tentando bancar o fodão, o superior. Mas eu já o estava esmagando com cada frase dita, jogando toda a sujeira na cara dele sem piedade. Então, como uma marionete previsível, a garota grudada nele antes tentou se meter, veio com um papinho furado, tentando salvar a pele do babaca. Mas eu sequer lhe dei atenção. Ela não passava de um peão descartável no joguinho sujo dele. Foi aí que tomei minha decisão. Me virei para a loirinha, a ex dele, e sem hesitar a convidei para ficar ao meu lado. Eu sabia exatamente o que estava fazendo. Tobias era movido pelo controle, pela posse. O fato de ela estar perto de mim o destruiria mais do que qualquer palavra. Ele poderia fingir que não se importava, mas eu sabia que por dentro estaria fervendo de ódio. E era exatamente isso que eu queria. Um riso baixo escapou de mim sem que eu planejasse. Um riso carregado de puro deboche. E quando percebi, ela já estava ao meu lado, hesitante, incerta sobre o que estava acontecendo. Sua mão vacilou ao tentar afastar-se do meu braço, um reflexo involuntário de quem ainda não sabia se devia confiar em mim ou não. Mas eu fiz questão de segurar firme. E mais do que isso. Num movimento calculado, puxei sua cintura, colando-a ainda mais contra mim. Senti seu corpo enrijecer com a proximidade, a respiração falhar por um breve instante. Mas não recuei. Pelo contrário. Mantive-a ali, próxima o suficiente para que Tobias visse cada detalhe. Porque agora, quem estava no controle era eu. — Irmão. — Rainer se aproximou, sua expressão descontraída contrastando com a atmosfera ao nosso redor. Lancei um olhar para ele, já antecipando algum comentário inoportuno. — Nossa, e quem é essa mocinha? Seu olhar pousou sobre Aylin, que hesitou por um instante antes de responder: — Aylin. Eu a observei de soslaio e então fiz as apresentações. — Esse é o meu irmão. Rainer ergueu a mão num cumprimento casual, que ela retribuiu de maneira educada, deixando que ele apertasse seus dedos com firmeza. — Me chamo Rainer. — disse ele, com um sorriso leve nos lábios. Mas a provocação veio logo em seguida: — Você se encontrou rápido, hein, Roderick! Soltei um suspiro, já acostumado com suas brincadeiras. — Sabe que eu não gosto de ficar muito nesses eventos. — respondi, levando o copo de whisky à boca. O líquido desceu queimando pela garganta, um gosto familiar que eu já nem sentia mais. — Mas ficarei um pouco. — acrescentei, desviando o olhar para Aylin. Ela, que até então mantinha uma postura discreta, levantou o olhar na minha direção, hesitante. — Se for por mim, você pode ir. Eu também já quero ir. — disse em um tom baixo, quase como se estivesse testando minha reação. Inclinei levemente a cabeça, analisando-a. — Não, eu vou ficar mais um pouco. Ela apenas sorriu de canto, sem contestar, voltando ao silêncio ao meu lado. Antes que pudéssemos prolongar a conversa, Baldric surgiu entre nós, já entrando no assunto sem rodeios. — Roderick, vejo que já conheceu Aylin, a ex do Tobias. A menção direta a Tobias fez a tensão dela se tornar palpável. Seus ombros encolheram ligeiramente, e ela abaixou a cabeça, como se quisesse passar despercebida. Mas Baldric, alheio à sua reação, continuou: — Ele traiu ela com a melhor amiga dela. Minha mandíbula travou. Desviei o olhar para Aylin e percebi o desconforto evidente em sua expressão. Ela não precisava ouvir isso agora. — Para com esse assunto. — cortei, lançando um olhar afiado para Baldric. Ele riu sem graça, percebendo que tinha ido longe demais. Rainer, sempre mais leve, tentou mudar o foco. — Aí, loirinha, quer alguma coisa? — perguntou de forma descontraída. Ela negou com um aceno sutil de cabeça, mas antes que pudesse falar, acrescentei: — Se quiser, ele pode ir buscar. Dessa vez, um sorriso genuíno brincou nos lábios dela. — Obrigada, estou bem. Tomei mais um gole da bebida, enquanto meu irmão permanecia por perto, sempre atento ao que acontecia ao redor. Outras garotas começaram a se aproximar, orbitando nossa presença como mariposas em torno de uma chama. Algumas tentavam se insinuar, buscando um espaço entre nós, mas eu não cedi. Permaneci imóvel, meu olhar frio afastando qualquer tentativa de aproximação. A verdade era que eu já estava incomodado com várias coisas naquela noite. Mas, ainda assim, eu estava ali. E, por algum motivo, Aylin também estava. O tempo parecia se arrastar, cada segundo se alongando como se fizesse questão de testar minha paciência. Eu nunca fui fã desse tipo de evento, e agora, com a excitação inicial já dissipada, a sensação de tédio começou a pesar. Rainer, que me conhece bem o suficiente para perceber quando estou prestes a sair sem avisar, começou a se despedir do pessoal ao nosso redor. — Vamos. — anunciei sem rodeios, me virando para Aylin. Ela ergueu o olhar para mim, sua expressão carregando um resquício de hesitação antes de murmurar: — Desculpa ter feito você ficar aqui. Soltei um riso leve, balançando a cabeça. — Não tem que se desculpar. Na verdade, eu até aproveitei bastante o momento. E realmente aproveitei. Só de lembrar a expressão do Tobias ao nos ver tão próximos, um sorriso satisfeito se formou nos meus lábios. Mas eu nunca fui do tipo que deixa as coisas pela metade—se eu posso provocar, eu provoco até o fim. Aproximei meu rosto do dela, sentindo sua respiração falhar por um instante. Então, sem aviso, depositei um beijo no canto da sua boca. Ela congelou. Seus olhos se arregalaram levemente, e uma tonalidade vermelha tomou conta de suas bochechas. — Meu Deus. — ouvi alguém murmurar ao nosso redor, e o burburinho cresceu como um rastilho de pólvora. Meu sorriso se alargou. — Adorei a sua companhia. — brinquei, mantendo o olhar fixo no dela. Ela ainda segurava meu braço, seus dedos hesitantes, como se não soubesse se deveria soltá-lo ou não. Mas antes que tivesse tempo para reagir, comecei a me afastar, guiando-a comigo para fora do salão. Rainer, como sempre, me acompanhou sem precisar de um convite. Assim que saímos, o ar da noite pareceu aliviar um pouco o peso da tensão do ambiente. Aylin suspirou, relaxando os ombros. — Vou pegar um táxi. Estou cansada. Claro que ela ia querer ir sozinha, mas eu sabia exatamente o que aconteceria se a deixasse fazer isso. Tobias não perderia tempo em tentar ir atrás dela. — Posso te deixar em casa sem problemas. — disse simplesmente. Ela piscou, surpresa com minha oferta. — Obrigada de verdade, mas é melhor eu ir de táxi. — insistiu. Cruzei os braços, inclinando a cabeça para o lado. — Fica tranquila. Eu posso levar você sem nenhum tipo de problema. Ela suspirou, parecendo ponderar minhas palavras. Eu não tiraria os olhos dela tão cedo. — Tudo bem. — Ela lançou um breve olhar na minha direção, hesitante. — Só não queria incomodar. Soltei um riso discreto, sem desviar os olhos dela. — De modo algum você incomoda. Ela suspirou, parecendo aceitar minha resposta, mesmo que ainda carregasse um traço de hesitação em sua postura. Sem dizer mais nada, seguimos em direção ao carro. Abri a porta para ela e observei enquanto entrava, ajeitando-se no banco com certa cautela. Foi nesse instante que meu olhar cruzou com o de Tobias. Ele saiu apressado pela porta do salão, o olhar vasculhando a rua, claramente procurando por algo… ou por alguém. Aproveitei o momento. Movi meu corpo levemente para o lado, permitindo que ele tivesse uma visão clara de Aylin sentada dentro do meu carro. Assim que ele percebeu, a fúria tomou conta de seu rosto. Entrei no carro com calma, sem pressa alguma, e bati a porta com um estrondo abafado. Rainer já estava no banco da frente, relaxado como se estivesse assistindo a um bom espetáculo. Antes que o motorista perguntasse, dei um comando simples: — Mudança de rota, temos outro destino. Ele apenas assentiu e deu partida no carro. Enquanto nos afastávamos, voltei meu olhar para Tobias e ergui uma das mãos, balançando-a lentamente em um tchau debochado. Sua expressão se contorceu ainda mais, e segurei a risada que estava prestes a escapar. A sensação de prazer tomou conta do meu peito. Eu nunca me diverti tanto como hoje. Destruir o psicológico dos meus inimigos é um dos meus passatempos favoritos. Durante o trajeto, Aylin finalmente forneceu o endereço, sua voz soando baixa, quase como se quisesse passar despercebida. Fiquei atento ao caminho e, quando nos aproximamos, percebi que ela morava em um bairro humilde. Observei os arredores com atenção, analisando cada detalhe do local. Ela se remexeu desconfortavelmente ao perceber meu olhar e logo pediu para que parássemos ali mesmo. O constrangimento tingiu seu rosto de um vermelho intenso. Fiz o que ela pediu. Assim que o carro parou, ela abriu a porta rapidamente e desceu. — Obrigada. — disse, sem ousar me encarar por muito tempo. Antes que eu pudesse responder, ela já caminhava apressada até a porta de sua casa, quase como se quisesse desaparecer. Esperei até vê-la entrar e, só então, ordenei que seguíssemos para a mansão dos meus pais. Ainda havia algo me incomodando, uma tensão que eu precisava dissipar. E eu já sabia exatamente como faria isso. Hoje à noite, alguém vai pagar o preço.Durante todos os anos que passei ao lado do Tobias, eu realmente acreditei que ele fosse a melhor pessoa do mundo. Idealizei, defendi, me entreguei por completo. Mas agora, depois de tudo o que vivi — e principalmente do que tenho enfrentado desde que nosso relacionamento chegou ao fim —, só posso dizer que estou no meio de um inferno.É devastador enxergar a verdadeira face de alguém em quem você confiou cegamente. Oito anos da minha vida jogados fora. Oito anos que eu jamais vou recuperar. E por mais que eu tente seguir em frente, essas memórias se agarram em mim como correntes, pesadas, difíceis de romper. Fiquei um tempo ao lado do Roderick, do irmão dele e das pessoas que o cercavam — todas, claro, atraídas pela presença dele, por quem ele é. No início, tentei disfarçar, me manter serena, mas aos poucos fui me sentindo deslocada. Não por eles… mas por mim. Por dentro. Aquele ambiente, toda aquela gente, aquele luxo... eu não pertencia àquilo.Roderick percebeu.Roderick percebeu.
Sempre fui o tipo de homem que não se encanta com festas exageradas, com farras sem propósito ou com esses eventos sociais cheios de máscaras e aparências. Nunca foi meu estilo. Sou mais reservado, mais contido. Gosto de encontros familiares, daqueles momentos simples que carregam um valor real. São essas coisas que fazem sentido pra mim. Festas vazias? Nunca me disseram nada. Mas o meu irmão… ah, ele é o oposto. Ama essas merdas como se nelas encontrasse algum tipo de salvação. Já eu, evito sempre que posso. Só que hoje, excepcionalmente, abri uma brecha. Não foi pela festa em si, mas pelo jogo. Eu gosto de jogos perigosos, gosto da sensação de dominar a situação e, mais ainda, de esmagar quem pensa que está no controle. Fiz questão de anular qualquer vantagem daquele filho da puta. Tirei o sorriso da cara dele. Arranquei o poder dos dedos dele como se fosse nada. Depois que deixei meu irmão na mansão, carregando ainda o gosto amargo daquela cena patética que presenciei, percebi que
Eu sempre soube que, em qualquer lugar, os novatos eram observados com desconfiança. Era um comportamento quase infantil, mas, ainda assim, recorrente. As pessoas olhavam de canto, cochichavam, julgavam, como se a presença de alguém novo representasse uma ameaça direta às suas zonas de conforto. E, ironicamente, muitas dessas mesmas pessoas pareciam não compreender o óbvio: empresas precisam crescer. Expandir. Evoluir. E, para isso, é natural que haja rotatividade. Gente nova chega, gente antiga vai embora. É o ciclo inevitável dentro de grandes corporações. E essa aqui, onde eu havia conseguido uma vaga, não era diferente. Uma empresa multimilionária, estruturada, respeitada — o tipo de lugar que, sinceramente, eu jamais imaginei pisar. Conseguir essa entrevista foi como um respiro num mar revolto. Tudo aconteceu graças à minha amiga Amélia.A família dela tem condições financeiras bem diferentes das minhas, e por sorte — ou talvez empatia — ela soube através do pai que estavam busca
Passei o restante da manhã focado no meu escritório. Precisava resolver pendências acumuladas, colocar tudo em dia e garantir que o fim de semana fosse, de fato, livre — sem que eu precisasse colocar os pés ali de novo. A rotina era pesada, e qualquer brecha que eu pudesse tirar pra respirar um pouco já valia ouro. Como sempre, saí faltando uns cinco minutos para o horário oficial de almoço. Costumo fazer isso para evitar esbarrar com o movimento todo, aquela correria de funcionários tentando ganhar tempo na pausa. Segui até o elevador e, para a minha sorte, ele já estava ali, com as portas abertas. Entrei e, ao levantar o olhar, dei de cara com a loira. Não pude evitar o impulso de perguntar para onde estava indo, mesmo sabendo que aquela pergunta carregava mais do que só uma curiosidade qualquer. Ela respondeu baixinho, dizendo que estava indo procurar algum lugar pra comprar um lanche. Simples assim.Mas depois de ver onde ela morava, depois de tudo que vi ontem... eu simplesmente
Ir até aquele restaurante me fez enxergar, com clareza, o quão rico ele é. Nunca, nem nos meus maiores sonhos, imaginei que um dia entraria em um lugar tão sofisticado e absurdamente caro como aquele. Era outro mundo. Tudo ali exalava requinte — do lustre de cristal pendurado no teto aos talheres reluzentes sobre a mesa impecável. Fiquei surpresa com o convite. Na verdade, muito surpresa. Ele quis almoçar comigo, justo eu, uma bolsista simples, quase invisível diante de tantos rostos poderosos. Aceitei, é claro, mas o nervosismo tomou conta de mim assim que entrei naquele ambiente. Por um breve momento, pensei seriamente em sair correndo dali. Aquilo tudo parecia grandioso demais, como se eu não pertencesse àquele espaço. Mas eu não sou mal-educada. Meus pais me deram princípios, me ensinaram a ter postura, a ser respeitosa e grata. Então respirei fundo e permaneci. E ainda bem que fiquei... porque meu Deus, aquela comida!O sabor era simplesmente indescritível. Cada garfada parecia d
Meus pais só podem ter perdido completamente o juízo. Não tem outra explicação. Que porra de ideia é essa de querer me empurrar pra cima de alguém que eu nem conheço? Eles acham mesmo que eu sou um boneco de ventríloquo? Que vão mexer os cordões e eu vou dançar do jeito que querem? Não sou um maldito robô que aceita ordem calado. Hoje, só vou engolir esse desaforo porque fizeram esse maldito jantar. Mas que fique bem claro — vai ser a última vez. Não vou tolerar essa palhaçada de novo. A raiva estava entalada no meu peito, latejando na base da nuca, queimando atrás dos olhos. Eu não conseguia nem pensar direito. As palavras dos dois ainda ecoavam na minha cabeça, e quanto mais eu lembrava, mais vontade me dava de explodir aquele salão inteiro. Peguei o celular, digitando com os dedos trêmulos de pura irritação. Mandei uma mensagem pra Diana. Eu precisava conversar com alguém que me entendesse, alguém que conseguisse puxar meu freio antes que eu cometesse alguma besteira.Ela sempre so
Eu estava tão surpresa com tudo aquilo, que meus olhos baixaram por alguns segundos, como se precisassem fugir da intensidade do momento. Mesmo com a voz da senhora Muller conversando com a Amélia ali perto, tudo parecia abafado, distante... como se o mundo ao redor tivesse sido engolido por um silêncio repentino. Meus pensamentos estavam embaralhados demais para prestar atenção em qualquer outra coisa. Só percebi que ainda estava ali, naquela realidade, quando ouvi a voz firme do senhor Kaiser me chamando. Não tive escolha, levantei. Eu trabalho pra ele. Ele me paga. E naquele instante, qualquer deslize poderia me custar o pouco que ainda me restava. Caminhei ao lado dele, meio tensa, até o barzinho do restaurante. Ele começou a falar umas coisas, me perguntando de forma direta sobre o Tobias, e por alguns segundos achei que aquilo fosse o início de uma demissão. Meu coração gelou, minhas mãos suaram, e eu precisei me segurar pra não entrar em desespero.Mas, pra minha surpresa, ele
Por mais que a raiva queimasse dentro de mim só de ver aquele desgraçado tão perto, a vontade de expulsá-lo do meu resort era quase incontrolável. Mas eu respirei fundo, engoli o orgulho e me contive. A presença dele me incomodava de um jeito que eu não conseguia explicar, como se cada movimento, cada sorriso fingido, cada palavra dele fosse um soco no estômago. Só de olhar para a cara dele, eu sentia um gosto amargo subir pela garganta. Logo meu irmão me chamou, e sem pensar duas vezes, decidi ir embora com ele. A loira ficou lá, conversando com a família Müller. Aquilo me deu mais motivos ainda pra querer agir. Deixei meu irmão no apartamento dele e segui direto para o meu. Eu estava irritado de um jeito que poucas vezes estive. A frustração me dominava por completo, e por mais que eu quisesse descontar em alguém, descarregar a raiva em cima de qualquer coisa, nada parecia o bastante. A única coisa que rondava a minha mente era encontrar uma solução. Um plano B.Um jeito de dar a vo