Passei o restante da manhã focado no meu escritório. Precisava resolver pendências acumuladas, colocar tudo em dia e garantir que o fim de semana fosse, de fato, livre — sem que eu precisasse colocar os pés ali de novo. A rotina era pesada, e qualquer brecha que eu pudesse tirar pra respirar um pouco já valia ouro. Como sempre, saí faltando uns cinco minutos para o horário oficial de almoço. Costumo fazer isso para evitar esbarrar com o movimento todo, aquela correria de funcionários tentando ganhar tempo na pausa. Segui até o elevador e, para a minha sorte, ele já estava ali, com as portas abertas. Entrei e, ao levantar o olhar, dei de cara com a loira. Não pude evitar o impulso de perguntar para onde estava indo, mesmo sabendo que aquela pergunta carregava mais do que só uma curiosidade qualquer. Ela respondeu baixinho, dizendo que estava indo procurar algum lugar pra comprar um lanche. Simples assim.
Mas depois de ver onde ela morava, depois de tudo que vi ontem... eu simplesmente