O corredor até a UTI neonatal parecia interminável. O som dos passos ecoava no chão encerado, o coração batendo alto demais dentro do peito.
A enfermeira andava à frente, falando com voz suave:
— Ela é bem pequenininha, mamãe, mas é forte. Está respirando com ajuda, mas está reagindo muito bem, tá?
Assenti, mas não consegui responder. A garganta estava fechada. Arthur caminhava ao meu lado, em silêncio, com as mãos no bolso, tenso, os olhos fixos na porta à frente.
Quando entramos, o som das máquinas e dos bipes tomou conta de tudo. O mundo lá fora pareceu sumir.
E então eu a vi.
Tão pequena.
Tão frágil.
Tão minha.
Dentro da incubadora, com aqueles fios e tubos minúsculos, a pele rosada e o peitinho subindo e descendo devagar.
Senti as pernas fraquejarem.
— Essa é a Aurora — sussurrou a enfermeira, sorrindo. — Sua filha é uma lutadora.
Me aproximei, colando a testa no vidro transparente, as lágrimas caindo sem controle.
— Oi, meu amor… — minha voz saiu quase inaudível. — A mamãe tá aq