Clara
Tem gente que acha que trabalhar num bar é sinônimo de ouvir besteira.
Eles não estão errados.
O Le Point é meu segundo lar há três anos. Já ouvi todo tipo de história, desde “larguei meu emprego pra ser feliz” até “foi o cachorro que terminou comigo”.
Trabalhar no Le Point é basicamente um estudo de comportamento humano.
Gente rindo, chorando, jurando amor eterno e esquecendo o nome do amor na noite seguinte.
Depois de um tempo, a gente aprende a reconhecer o tipo de cada um só pelo jeito que segura o copo.
Hoje, por exemplo, o trio das confusões resolveu aparecer.
Rafa, meu chefe e dono do bar, tá no canto, rindo alto demais.
Muri, o amigo artista.
E o terceiro… o problema em forma de gente: Gustavo Vasconcelos.
Ele tem aquele sorriso de quem se acha uma crônica viva de charme e confiança.
O tipo que entra em qualquer lugar como se tivesse comprado o ar.
Já vi Gustavo com praticamente todas as mulheres que frequentam esse bar.
As românticas, as desc