Eu quero o meu próprio quarto.
Helena
Três dias. Já tinham se passado três dias desde que chegamos àquele paraíso escondido. O lugar era lindo, de tirar o fôlego — a cachoeira, a cabana rústica, o silêncio da mata. Mas dentro de mim, nada era simples.
Tivemos noites intensas, o tipo de entrega que deixaria qualquer mulher com a cabeça nas nuvens. Só que… não era bem assim. Arthur me tocava como se fosse dono de cada parte de mim, mas, quando o sol nascia, voltava a ser aquele homem frio, distante. Nenhum carinho, nenhum gesto romântico, nenhum “bom dia” suave. Apenas café na mesa, conversas práticas, olhares duros que, às vezes, se suavizavam rápido demais, como se ele mesmo se proibisse de demonstrar algo além do necessário.
E era isso que me deixava confusa. Como ele podia ser tão quente à noite, quase desesperado no jeito de me ter… e tão gelado de manhã?
Eu me pegava olhando para ele quando não percebia, tentando encontrar uma brecha, algum sinal de que não era só desejo. Mas Arthur parecia erguido em muros alt