Nápoles cheirava a chuva e sangue velho. Alonso ajustou o colarinho do sobretudo enquanto observava o beco escuro através da janela do carro blindado. Fiorela, agora com um vestido discreto e os pulsos amarrados sob as mangas, tossiu:
— *Ele está aqui. No terceiro andar do prédio azul. Costumava ser um bordel dos Socia.*
Ekatarina, ao lado dela, verificou a carga da Tokarev com um *click* satisfatório.
— *Mentir agora seria um erro muito estúpido, querida.*
Fiorela encolheu-se.
— *Eu não quero morrer.*
Alonso abriu a porta do carro.
— *Então reze para que você esteja certa.
O prédio estava silencioso, mas não vazio—garrafas de vodka vazias e cigarros esmagados no chão mostravam atividade recente. Alonso subiu as escadas primeiro, a Beretta pronta.
No terceiro andar, uma porta entreaberta. Cheiro de carne podre e pólvora.
**Movimento.**
Ele atirou antes de pensar. O vidro da janela estilhaçou-se.
— *Preguiçoso, Morreti* — a voz de Dmitri veio dos fundos, ecoando.