Um ano se passara desde que os ossos de Luciano foram cimentados nas fundações da nova Villa Morreti. Alonso caminhava pelos corredores de mármore negro, suas botas ecoando como tiros no silêncio da madrugada. O cheiro de pólvora ainda impregnava as paredes – uma lembrança intencional.
Ekatarina o esperava na varanda, envolta em pele de lobo siberiano, observando os primeiros flocos de neve do inverno caírem sobre Nápoles.
— *Sonhei com ele novamente* — confessou, sem se virar.
Alonso parou atrás dela, envolvendo seu corpo com os braços.
— *Luciano está morto.*
Ela riu, um som sem humor.
— *Os fantasmas são teimosos.*
Seus dedos encontraram o pequeno relevo em seu ventre – quase imperceptível, mas ali. **A cicatriz.** A única fraqueza que ela permitira a si mesma.
— *Eles estão chegando* — murmurou ele, sentindo a tensão em seus músculos.
Os *krysha* – os chefes regionais – chegariam ao amanhecer. Pela primeira vez em décadas, as famílias italianas e a Bratva se reun