O gabinete de Kael, construído com pedra bruta e janelas altas de vidro opaco, carregava uma imponência silenciosa. A madeira escura da mobília contrastava com o brilho frio do metal forjado nos detalhes do teto, símbolo do poder que repousava ali. Mas naquela manhã, era o peso da incerteza que preenchia cada canto.

As figuras reunidas não eram qualquer uma. Aquela sala abrigava os líderes espirituais, políticos e territoriais de Serra dos Riachos — alguns com décadas de sabedoria e poder pulsando sob a pele. E ainda assim, a tensão era palpável, quase viva.

Kael estava de pé, firme atrás da mesa central. Sua presença impunha respeito — não só por ser o Alfa Supremo, mas pela forma como segurava o olhar de cada um ali dentro, sem desviar, sem fraquejar.

À sua direita, Mavi e Saulo pareciam muralhas. A primeira, uma guardiã anciã com olhos que pareciam decifrar mentiras antes mesmo de serem ditas. O segundo, líder respeitado da Matilha Neutra, conhecido por