DORIAN
O disparo do vidro quebrando ainda ecoa dentro de mim.
Não foi um tiro. Foi a implosão da linha tênue entre o controle e o caos.
Lara está encolhida contra a parede, olhos arregalados, o corpo inteiro vibrando em uma frequência que não deveria existir em ninguém, muito menos nela.
O homem que um dia ela chamou de pai está estendido no chão da sala. Respira. Infelizmente.
A arma que ele empunhava escorregou para o canto da sala depois que o impacto da bala de contenção o fez recuar, tropeçar e cair.
Olho pela janela e reconheço David, no alto do prédio ao lado. Ele acena e guarda a arma. Ele não mirou para para matar, caso contrário teria acertado em cheio.
Benjamin invade o ambiente logo depois de mim. Catarina está no carro, monitorando tudo de fora. A movimentação foi rápida e cirúrgica. Eu já esperava algo assim. Lara andava misteriosa demais. Quando David me avisou que ela saiu tentando despistar o segurança, acionei o alerta geral.
— Está está bem? — David pergunta no comu