Os dois dias seguintes se passaram como um borrão ritmado entre idas e vindas. As manhãs começavam cedo, com meu despertador tocando antes do sol nascer, e eu seguia para a empresa como se tudo estivesse perfeitamente sob controle. Inventei que Sebastian havia viajado para uma rodada de negociações importantes, um movimento estratégico com possíveis investidores estrangeiros. Usei o tom exato de convicção para que ninguém duvidasse — nem mesmo os colegas mais atentos, que adoravam farejar fofoca onde não existia.
Organizei reuniões, respondi e-mails em nome dele, mantive a agenda funcionando com fluidez. Mas minha cabeça, o tempo inteiro, estava a quilômetros dali, entre corredores frios e paredes brancas de hospital. Assim que meu turno acabava, ou até antes disso, escapava o mais rápido que podia para vê-lo. E todas as vezes em que abria a porta do quarto e via aquele rosto mais corado, mais descansado, mais dele mesmo, eu sentia um alívio.
Sebastian estava melhor. As dores h