Sebastian
O dia já estava virando noite, e eu ainda estava trancado no escritório, encarando a parede de vidro sem realmente enxergar nada além do reflexo da minha própria confusão.
O céu lá fora começava a escurecer, os prédios da cidade ganhavam vida com luzes acesas, e eu continuava ali, imóvel, tentando encontrar algum sentido no caos que estava dentro da minha cabeça.
Isadora e Eduardo se beijaram.
As palavras ainda soavam absurdas. Inacreditáveis. Mas o que eu ouvi não deixava espaço pra dúvidas — foi real, foi dito por ela, e o silêncio dele só confirmou o que eu temia.
Não sei quando aconteceu, nem como. Se foi antes de ela pedir o divórcio, ou depois, ou se foi recente.
Só sei que doeu — como um soco no peito, desses que arrancam o ar e deixam o corpo inteiro em silêncio, esperando o coração decidir se vai continuar batendo ou parar de vez.
Eu me sentia enganado. Traído. E, o pior, completamente perdido.
Fiquei horas sentado à mesa, a cabeça apoiada nas mãos,