O hospital cheirava a antisséptico e luz fria. As paredes brancas, as vozes abafadas de enfermeiras e o bip de monitores criavam um ambiente que misturava urgência e espera. Era o tipo de lugar em que o tempo se comportava de maneira estranha: corria quando se precisava de respostas, mas se arrastava quando se esperava por elas.
Sebastian foi levado direto para uma sala de atendimento emergencial. Eu o acompanhei o tempo todo — respondi perguntas quando ele não conseguia, segurei sua mão quando a dor apertava, ofereci água, silêncio, presença. Havia algo desesperador em vê-lo assim, tão exposto, tão vulnerável. Aquela imagem dele — forte, contido, no comando — se desmanchava ali, sob os lençóis brancos, o rosto pálido, os olhos semicerrados de dor.
Os médicos o submeteram a uma bateria de exames: tomografia, ressonância magnética, exames de sangue e neurológicos. Foram horas longas, horas que me deixaram exausta e tensa, mas eu não queria sair. Não podia. Eu sabia, de algum jeit